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08/10/2002 - 10h52

Prevendo 2º turno difícil, Lula busca votos também da direita

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

No restaurante São Judas, em São Bernardo do Campo, Grande São Paulo, onde foi redigido o manifesto de criação do PT, em 1979, o candidato à Presidência Luiz Inácio admitiu hoje que, para o segundo turno do processo eleitoral de 2002, vai buscar os votos de eleitores não só de esquerda como também os de direita.

Ele prevê um segundo turno difícil, uma "nova batalha". Segundo Lula, não importa se o eleitor vota ou não no PT, se tem afinidade ou não com o programa do partido, ou se vai ou não "com a sua cara".

"Se o eleitor tiver 16 anos ou tiver 80 anos, se tiver obrigação cívica de votar e nesta hora digitar 13, é isso que importa para o PT, pois é isso que aparece no computador do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]", disse.

O petista afirmou que, diferentemente de José Genoino, candidato ao governo do Estado de São Paulo pelo PT, não vai buscar o voto de eleitores que querem mudanças no país.
"Também quero os votos daqueles que não querem mudar o país", afirmou Lula.

Lula disse que, no segundo turno, a estratégia do partido não será tirar os votos recebidos por José Serra ou Geraldo Alckmin, mas sim atrair os eleitores que votaram em todos os outros candidatos que não votaram no PT.

Segundo o candidato, agora que foi encerrada a primeira fase do processo eleitoral, o partido tem o mapa das regiões e dos segmentos da sociedade que votaram no PT. Com base nessas informações, o partido tentará conquistar os votos das regiões e dos eleitores que, por algum motivo, não escolheram um candidato do PT.

O coordenador do gabinete do comitê de campanha do PT e responsável pela agenda de Lula, Gilberto Carvalho, o presidenciável passou o dia de ontem ligando para todos os candidatos do partido, tanto os eleitos como os não eleitos.

Hoje, durante o café da manhã com as lideranças do partido da região do ABC, Lula agradeceu o trabalho de todos os candidatos do partido, principalmente daqueles que não foram eleitos, como Jair Meneghelli.

Segundo Lula, se não fosse o trabalho dos que não se elegeram, o partido não teria recebido tantos votos e conseguido formar uma bancada tão grande no Congresso.

"Sempre critiquei a forma como as delegações recebem os atletas que disputam as Olimpíadas. Só os que voltam com medalha de ouro são festejados. Aqueles que não ganham nada, muitas vezes, não são recebidos por suas famílias no aeroporto. No PT não somos assim. Somos um partido e só chegamos onde estamos graças ao trabalho de todos", disse.

Antes de deixar o restaurante São Judas, em São Bernardo, onde ocorreu o café da manhã, Lula visitou a cozinha e cumprimentou cada um dos funcionários, acompanhado de sua mulher Marisa Letícia Lula da Silva.

O candidato seguiu para a Casa Vida, na Mooca, zona leste de São Paulo, bairro onde nasceu o candidato José Serra, para se encontrar com o padre Júlio Lancelotti.

Leia mais no especial Eleições 2002


 

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