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10/10/2002 - 17h32

Garotinho diz que apóia Lula não pelo PT, mas "em respeito ao povo"

PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PSB) confirmou, após reunião da Executiva Nacional do PSB em Brasília, seu apoio e do partido ao presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.

Segundo Garotinho, a decisão foi tomada "em respeito ao povo brasileiro" e não por causa do PT. Para o ex-governador, a candidatura Lula representa o fim do atual modelo econômico, que seria mantido em uma eventual vitória do adversário José Serra (PSDB). "Maior do que o PT é o Brasil."

Garotinho disse não ter rancor por causa das divergências com o PT na campanha de sua mulher, a governadora eleita do Rio, Rosinha (PSB). Ele também afirmou que não fará com o PT o que o partido fez com ele em 94, quando o Partido dos Trabalhadores fez uma campanha pelo voto nulo em uma disputa entre Garotinho e Marcello Alencar (PSDB) ao governo do Rio.

Garotinho informou que amanhã o partido fará uma reunião no Rio com prefeitos, deputados e militantes do PSB no Estado para orientar sobre a campanha de Lula no segundo turno. No entanto, o partido não se relacionará com o PT do Rio que, segundo ele, teria promovido uma "campanha de baixo nível" nas eleições.

Evangélicos

Com relação aos votos dos evangélicos _que compõem a maior parte do seu eleitorado_, Garotinho afirmou que não responde "por igreja nenhuma, mas os princípios de todos os cristãos do país".

"A igreja é uma instituição livre para escolher e apoiar quem quiser", afirmou, ao ser questionado sobre o encontro de hoje à tarde de José Serra com representantes da Assembléia de Deus em Brasília. Segundo Garotinho, quem tem que conquistar o apoio dos evangélicos é Lula.

O presidente do PSB, Miguel Arraes, afirmou que o partido não fez exigências ao PT para apoiar Lula, mas em nota da Executiva do partido, Arraes destaca que o PSB defenderá a revisão da política salarial, a implantação do salário mínimo de R$ 280, lutará contra a adesão à Alca (Área de Livre Comércio entre as Américas, contra a entrega da base de Alcântara e as exigências do FMI.

Segundo Garotinho, a posição do PT sobre a Alca ainda é "ambígua". "O acordo do FMI não pode impor mais sacrifícios ao povo brasileiro e é inadmissível entregar parte do território brasileiro para o controle militar dos Estados Unidos", disse.

Ele destacou ainda que o apoio do PSB é desinteressado "Ninguém aqui está querendo uma boquinha", disse, referindo-se a uma possível negociação de cargos em um eventual governo Lula. Ele destacou ainda que o apoio é a Lula e não à aliança do PT.

Já Rosinha destacou, ao final da reunião, que o PSB apóia a esquerda "por princípio".

Garotinho permanece em Brasília até o fim da tarde, quando se encontra com Lula e o presidente do partido, José Dirceu, na sede do PSB em Brasília.

Participação

A idéia da não participação em um eventual governo Lula é contestada por alguns integrantes do PSB. Segundo o senador Ademir Andrade, parte do partido defende uma participação num eventual governo do petista, assim como ele próprio.

Garotinho deve discutir o caso futuramente. Segundo ele, "tudo vai depender" de como será um eventual governo Lula.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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