Publicidade
Publicidade
11/10/2002
-
19h21
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O presidenciável José Serra (PSDB) resumiu em duas palavras seu comentário sobre o pacote anunciado pelo Banco Central para conter a alta do dólar. "É positivo", disse em Belo Horizonte, na saída de um encontro com empresários da construção civil.
O candidato chegou a tocar no assunto "dólar' durante a palestra que fez aos empresários, mas não tratou da ação do BC. "Acho que o dólar hoje está com o valor absolutamente irreal. Neste momento, são as expectativas eleitorais que influem", disse o candidato, que seguiu a linha adotada pela campanha tucana e pelo governo de relacionar a disparada do câmbio com a possibilidade de vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva.
"Espero que nossa vitória traga a credibilidade à política econômica futura capaz de representar um verdadeiro choque em matéria de preço de dólar", afirmou.
O tucano esteve em Belo Horizonte para participar do 74º Encontro Nacional da Indústria de Construção. Em seu discurso, aproveitou para criticar Lula em dois pontos: o aparente desconhecimento que o petista demonstrou, no debate da TV "Globo", sobre a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e sua recusa em participar de vários debates até o dia 27.
Sobre a Cide, Serra afirmou que ela é "um dos principais tributos que existem no Brasil" e que pretende, com sua arrecadação, recuperar e conservar 18 mil quilômetros da malha rodoviária nacional. "A Cide não é um 'impostozinho', como foi dito outro dia em um debate de televisão. A arrecadação prevista para esse ano é de R$ 8,4 bilhões, equivale a mais de um terço da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)", afirmou.
Segundo o tucano, o tributo teria condições de resolver grande parte do problema rodoviário no país. Ele afirmou acreditar que, até o final do ano, o Congresso aprove a lei que regulamentará o tributo, mas não comentou o fato de que, este ano, apenas 4,7% dos R$ 5,6 bilhões arrecadados tenham sido aplicados em infra-estrutura na área de transportes. Grande parte do dinheiro foi usado para garantir o superávit primário de 3,88% acertado com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
A Cide se tornou conhecida após o presidenciável Anthony Garotinho (PSB) ter feito uma pergunta sobre o tributo a Lula, durante o debate, com o suposto intuito de demonstrar que o petista desconhecia a sigla. Lula tergiversou na resposta e, na réplica, disse que não seria a cobrança de um pequeno imposto que resolveria o problema das rodovias.
Serra voltou a insinuar que o petista estaria se esquivando dos debates, dizendo dizendo que gostaria de estar discutindo com Lula os "grandes temas nacionais". "Na verdade, o debate está sendo o não-debate, ou seja, estamos discutindo se se deve haver ou não debate", afirmou.
Lula foi convidado a participar do encontro, mas recusou sob o argumento de agenda lotada. A ausência foi mais uma "deixa" para que Serra reforçasse o discurso acima.
Durante sua palestra, o tucano apresentou suas propostas para o setor de construção civil, afirmando, entre outras coisas, que pretende dar incentivos para a compra da casa própria, aumentar os recursos para habitação e saneamento e criar uma Secretaria da Habitação. Para o posto, Serra deu a entender que irá convidar Luís Roberto Ponte, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, anfitrião do encontro, que estava a seu lado.
Na apresentação da reunião, Ponte também criticou a ausência de Lula e chegou a cometer o ato falho de chamar Serra de "presidente", corrigindo para "senador" logo em seguida.
Leia mais no especial Eleições 2002
Serra elogia BC e diz que sua vitória seria um choque no dólar
RANIER BRAGONda Agência Folha, em Belo Horizonte
O presidenciável José Serra (PSDB) resumiu em duas palavras seu comentário sobre o pacote anunciado pelo Banco Central para conter a alta do dólar. "É positivo", disse em Belo Horizonte, na saída de um encontro com empresários da construção civil.
O candidato chegou a tocar no assunto "dólar' durante a palestra que fez aos empresários, mas não tratou da ação do BC. "Acho que o dólar hoje está com o valor absolutamente irreal. Neste momento, são as expectativas eleitorais que influem", disse o candidato, que seguiu a linha adotada pela campanha tucana e pelo governo de relacionar a disparada do câmbio com a possibilidade de vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva.
"Espero que nossa vitória traga a credibilidade à política econômica futura capaz de representar um verdadeiro choque em matéria de preço de dólar", afirmou.
O tucano esteve em Belo Horizonte para participar do 74º Encontro Nacional da Indústria de Construção. Em seu discurso, aproveitou para criticar Lula em dois pontos: o aparente desconhecimento que o petista demonstrou, no debate da TV "Globo", sobre a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e sua recusa em participar de vários debates até o dia 27.
Sobre a Cide, Serra afirmou que ela é "um dos principais tributos que existem no Brasil" e que pretende, com sua arrecadação, recuperar e conservar 18 mil quilômetros da malha rodoviária nacional. "A Cide não é um 'impostozinho', como foi dito outro dia em um debate de televisão. A arrecadação prevista para esse ano é de R$ 8,4 bilhões, equivale a mais de um terço da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)", afirmou.
Segundo o tucano, o tributo teria condições de resolver grande parte do problema rodoviário no país. Ele afirmou acreditar que, até o final do ano, o Congresso aprove a lei que regulamentará o tributo, mas não comentou o fato de que, este ano, apenas 4,7% dos R$ 5,6 bilhões arrecadados tenham sido aplicados em infra-estrutura na área de transportes. Grande parte do dinheiro foi usado para garantir o superávit primário de 3,88% acertado com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
A Cide se tornou conhecida após o presidenciável Anthony Garotinho (PSB) ter feito uma pergunta sobre o tributo a Lula, durante o debate, com o suposto intuito de demonstrar que o petista desconhecia a sigla. Lula tergiversou na resposta e, na réplica, disse que não seria a cobrança de um pequeno imposto que resolveria o problema das rodovias.
Serra voltou a insinuar que o petista estaria se esquivando dos debates, dizendo dizendo que gostaria de estar discutindo com Lula os "grandes temas nacionais". "Na verdade, o debate está sendo o não-debate, ou seja, estamos discutindo se se deve haver ou não debate", afirmou.
Lula foi convidado a participar do encontro, mas recusou sob o argumento de agenda lotada. A ausência foi mais uma "deixa" para que Serra reforçasse o discurso acima.
Durante sua palestra, o tucano apresentou suas propostas para o setor de construção civil, afirmando, entre outras coisas, que pretende dar incentivos para a compra da casa própria, aumentar os recursos para habitação e saneamento e criar uma Secretaria da Habitação. Para o posto, Serra deu a entender que irá convidar Luís Roberto Ponte, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, anfitrião do encontro, que estava a seu lado.
Na apresentação da reunião, Ponte também criticou a ausência de Lula e chegou a cometer o ato falho de chamar Serra de "presidente", corrigindo para "senador" logo em seguida.
Leia mais no especial Eleições 2002
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice