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23/05/2008 - 17h43

Presidente colombiano diz que não pretende integrar o Conselho de Defesa sul-americano

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GABRIELA GERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, disse nesta sexta-feira que seu país não está disposto a integrar o Conselho de Defesa sul-americano proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva devido à atuação de grupos terroristas na região. Uribe disse que aceita discutir a criação do conselho nos próximos 90 dias no âmbito do grupo de trabalho criado na Unasul (União de Nações Sul-Americana), mas não adiantou se pretende mudar de idéia para que a Colômbia ingresse no órgão.

"Nós temos problemas graves de terrorismo e dificuldades com povos irmãos que, tomara, sejam superadas. Aceitamos a criação do grupo para discutir o tema, temos que avançar no sonho de um grande continente da América do Sul. Mas que seja um continente que a ninguém se permita romper as regras democráticas nem grupos violentos como as Farc [Forças Armadas Revolucionárias Colombianas]."

Uribe criticou a postura de países sul-americanos que não reconhecem as Farc como grupo "terrorista" --a exemplo do próprio Brasil e da Venezuela --o que também o motivou a ser contrário ao Conselho de Defesa. "Um país que sofreu tanto como a Colômbia, o continente deve caracterizar como terrorista qualquer grupo anti-democrático."

O presidente colombiano disse, porém, manter um "excelente diálogo" com o presidente Lula. Segundo Uribe, o brasileiro manifestou sua postura contrária à classificação das Farc como grupo "beligerante", mas também não externou a defesa de denominá-lo como "terrorista".

"Os que mantêm crianças maltrataram a democracia, a única denominação que merecem é de terroristas", afirmou o colombiano.

Uribe negou qualquer mal-estar com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, após o incidente político com o país vizinho no início deste ano --deflagrado pelo ataque da Colômbia ao território equatoriano para matar um comandante das Farc. Na ocasião, Chávez prestou solidariedade ao gesto do presidente Rafael Correa, do Equador.

"Encontrei hoje [na cúpula da Unasul] com o presidente Chávez e sua filha, em quem dei um beijo com o desejo para que a geração dela possa ser feliz. O problema não é entre pessoas, mas que lutemos para vivermos em paz", afirmou.

A idéia da criação do conselho ganhou força em 1º de março, quando se desencadeou a crise diplomática entre Colômbia, Equador e Venezuela. Na opinião de Uribe, todos os países da América Latina devem apoiar a Colômbia a 'eliminar' qualquer grupo terrorista na região.

Críticas

Apesar de Uribe afirmar que o episódio está "superado", Correa fez duras críticas ao presidente colombiano durante reunião de cúpula da Unasul, nesta sexta-feira. O presidente do Equador disse que a relação de seu país com o governo colombiano está numa "situação crítica, deplorável, em ponto morto".

Correa disse esperar que o impasse seja solucionado, mas ressaltou que a "campanha midiática" deflagrada pelo governo colombiano dificulta a retomada do diálogo --especialmente com as "calúnias" proferidas por Uribe.

 

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