Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/10/2002 - 21h20

Lula compara a aliança com José de Alencar a "Romeu e Julieta"

da Folha Online

Na festa que organizou para comemorar seus 50 anos de vida empresarial, em dezembro de 2000, dificilmente o senador José Alencar Gomes da Silva (PL-MG) poderia imaginar que dois anos depois estaria eleito vice-presidente da República.

Na ocasião, a simpatia de Alencar pelo líder petista ficou evidente: "Está aqui, nada mais nada menos, o grande brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva", anunciou aos convidados. Na época, o petista ainda evitava falar na quarta candidatura.

Graças ao perfil simples e empreendedor, às críticas ao governo federal e à proximidade com o empresariado, foi muito disputado e alçado à condição de vice ideal de oposição. A posição auto-declarada de centro, facilitaria a adaptação.

Antes de entrar para o PL, em outubro de 2001, Alencar foi assediado também pelo PTB e manteve conversas com Anthony Garotinho, do PSB. O PMDB, do qual se desfiliara no mês anterior, ofereceu-lhe a presidência do Senado.

Às vésperas da aliança entre PT e PL em junho de 2002, Lula comparou ele e Alencar ao par shakespeariano "Romeu e Julieta", que para se casarem dependiam do consentimento familiar.

O mineiro de Muriaé nasceu em 17 outubro de 1931, 11º filho de um pequeno comerciante e uma dona-de-casa. Começou trabalhar aos 15 anos e estudou só até a 5ª série. Com dinheiro emprestado de um irmão, abriu em 1950, aos 18 anos, a loja de tecidos "A Queimadeira", em Caratinga, no interior mineiro.

Em 1953, vendeu a loja e virou vendedor atacadista de tecidos. Depois, foi comerciante de grãos e sócio de uma empresa de macarrão.

Com empréstimos da extinta Sudene e o apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, fundou em 1967 em Montes Claros a Companhia de Tecidos Norte de Minas, a Coteminas.

A estréia política foi em 1994, como candidato ao governo estadual. Ficou em terceiro lugar, com 10,71% dos votos válidos. Em 1998, foi eleito para o Senado com quase 3 milhões de votos, com uma das campanhas mais ricas do país.

Alencar financiou 99% de sua campanha. Segundo informação dada ao TRE-MG, foram gastos R$ 6,4 milhões na campanha. Como comparativo, Itamar Franco gastou no mesmo ano R$ 2,8 milhões para se eleger ao governo do Estado.

No Senado, defendeu o empresariado nacional e criticou o governo pela não-realização das reformas e pela política econômica que barrou o desenvolvimento.

Antes de entrar nas disputas eleitorais, presidiu por 15 anos (1989-1994) a Federação das Indústrias de Minas Gerais e passara pela direção da Associação Comercial de Minas e pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte.

Em 2001, foi um dos senadores que assinou o pedido de abertura de CPI para investigar as acusações de corrupção em órgãos ligados ao governo federal, o que valorizou sua condição de oposição ao governo.

Veja também o especial Eleições 2002

Acompanhe a apuração nos Estados

Acompanhe a apuração para a Presidência

Veja também o especial Eleições 2002
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade