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28/10/2002 - 04h55

Mudança de discurso aproxima militares

da Folha de S.Paulo

Um país soberano tem de ser militarmente forte, porque assim pode exercer poder de persuasão nas relações internacionais. Seguindo esse enunciado, Luiz Inácio Lula da Silva pavimentou suas relações com Exército, Marinha e Aeronáutica e reduziu as resistências internas a seu nome.

"Nunca tive tanto apoio entre as Forças Armadas", afirma Lula, que se reuniu com cerca de 400 militares em dois encontros em setembro, com a presença de seis ex-ministros do regime militar.

O petista hoje defende maior dotação orçamentária para as três Forças, apóia seus principais projetos (Sivam, submarino movido a propulsão nuclear, Veículo Lançador de Satélites, renovação da frota de caças da Aeronáutica e manutenção do serviço militar obrigatório, por exemplo).

Antes associado à ameaça comunista, Lula passou a ser visto como interlocutor ao distanciar-se do discurso antimilitar que o marcou nos anos 80.

Quando Lula surgiu como liderança sindical, em 1978, os militares da linha-dura que contestavam o projeto de abertura de Ernesto Geisel (1974-1979) achavam que o hoje petista era criação de um bruxo. No caso, o general que comandava a Casa Civil: Golbery do Couto e Silva (1911-1987).

A tese não era de todo absurda, por Golbery estimular o surgimento de uma nova liderança de esquerda que, no final da década de 70, representasse a possibilidade de enfraquecimento dos nomes mais fortes do setor então: Leonel Brizola e Miguel Arraes.

Talvez tenha sido nesse período que Lula foi visto com alguma simpatia nos círculos militares. Após as greves do ABC e a fundação do PT, Lula era visto com reserva nas Forças Armadas. Foi afastado do sindicato que dirigia, mantido preso durante 41 dias e chegou a ser condenado por um tribunal militar a dois anos de prisão (julgamento depois anulado).

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