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28/10/2002
-
08h45
de Washington
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ontem que a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa "um impulso libertário" no continente e abre caminho para a formação de um "eixo do bem" na região.
Em seu programa dominical, "Alô Presidente", Chávez criticou ainda o uso de seu nome nas disputas eleitorais no Brasil e no Equador, onde os opositores de Lula e do ex-coronel Lúcio Gutiérrez os acusaram de pertencer ao mesmo projeto "castrocomunista" que estaria sendo adotado na Venezuela. "Usaram meu nome para prejudicar Lula, disse Chávez.
No Equador, o coronel reformado Lúcio Gutiérrez (esquerdista) disputa com o milionário Álvaro Noboa o segundo turno da eleição presidencial em 24 de novembro. Gutiérrez tem sido chamado na campanha de "Hugo Chávez do Equador".
O presidente venezuelano afirmou ainda que os triunfos eleitorais de Lula e de Gutierrez fortalecem a democracia e representam "povos buscando suas próprias raízes".
Chávez está sob pressão intensa das oposições para que renuncie. Desde terça-feira passada, um grupo de militares que promoveu o golpe de abril passado contra Chávez faz vigília numa praça de Caracas para exigir sua saída.
Cautela
Nos últimos dias, Chávez e seus principais assessores evitaram declarações que pudessem interferir no processo eleitoral brasileiro ou associar a polêmica figura do presidente venezuelano à de Lula.
A cautela foi adotada depois que o embaixador da Venezuela no Brasil, Vladimir Villegas Poljak, divulgou uma carta criticando José Serra, candidato do PSDB à Presidência, por comparações entre Lula e Chávez. Serra respondeu que estava sendo "patrulhado" pelo embaixador.
Em seu programa dominical de ontem, Chávez tentou conciliar a cautela à uma análise regional da vitória de Lula.
"Não devo me intrometer nem opinar sobre o processo interno de outros países, mas está claro que votamos pela democracia e pela união no Brasil, que são parte do enfoque do projeto bolivariano", afirmou, numa referência a Simón Bolívar, personagem histórico a partir do qual o presidente venezuelano formula seus discursos e projetos.
Chávez ironizou acusações de setores ultraconservadores americanos segundo os quais Lula e Gutiérrez somariam-se a ele e a Fidel Castro para formar um segundo "eixo do mal" no mundo. "Não seria [um eixo] do mal, mas do bem, o eixo dos povos, o eixo do futuro", afirmou.
No entanto, o presidente Venezuelano aconselhou seus críticos a não compararem países e líderes diferentes. "Eles têm dito que quero montar um modelo castrocomunista, utilizando [o exemplo de] Fidel. Mas é preciso entender o exemplo de Cuba por meio do estudo da época, não com essas teses peregrinas. Agarraram essas coisas do ar [para me criticar]. Agora, estão usando isso para criticar Lula."
Nas últimas semanas, Chávez tem tentado aproximar-se da Casa Branca para anular as ligações de suas oposições com setores do governo americano.
Além de oferecer petróleo em quantidade ilimitada caso os EUA invadam o Iraque, Chávez moderou seu discurso. Em caso de uma guerra com o Iraque, a queda na oferta mundial de petróleo poderia levar a economia americana a uma recessão.
Veja também o especial Governo Lula
Lula iniciará "eixo do bem", diz presidente da Venezuela
MARCIO AITHde Washington
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse ontem que a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa "um impulso libertário" no continente e abre caminho para a formação de um "eixo do bem" na região.
Em seu programa dominical, "Alô Presidente", Chávez criticou ainda o uso de seu nome nas disputas eleitorais no Brasil e no Equador, onde os opositores de Lula e do ex-coronel Lúcio Gutiérrez os acusaram de pertencer ao mesmo projeto "castrocomunista" que estaria sendo adotado na Venezuela. "Usaram meu nome para prejudicar Lula, disse Chávez.
No Equador, o coronel reformado Lúcio Gutiérrez (esquerdista) disputa com o milionário Álvaro Noboa o segundo turno da eleição presidencial em 24 de novembro. Gutiérrez tem sido chamado na campanha de "Hugo Chávez do Equador".
O presidente venezuelano afirmou ainda que os triunfos eleitorais de Lula e de Gutierrez fortalecem a democracia e representam "povos buscando suas próprias raízes".
Chávez está sob pressão intensa das oposições para que renuncie. Desde terça-feira passada, um grupo de militares que promoveu o golpe de abril passado contra Chávez faz vigília numa praça de Caracas para exigir sua saída.
Cautela
Nos últimos dias, Chávez e seus principais assessores evitaram declarações que pudessem interferir no processo eleitoral brasileiro ou associar a polêmica figura do presidente venezuelano à de Lula.
A cautela foi adotada depois que o embaixador da Venezuela no Brasil, Vladimir Villegas Poljak, divulgou uma carta criticando José Serra, candidato do PSDB à Presidência, por comparações entre Lula e Chávez. Serra respondeu que estava sendo "patrulhado" pelo embaixador.
Em seu programa dominical de ontem, Chávez tentou conciliar a cautela à uma análise regional da vitória de Lula.
"Não devo me intrometer nem opinar sobre o processo interno de outros países, mas está claro que votamos pela democracia e pela união no Brasil, que são parte do enfoque do projeto bolivariano", afirmou, numa referência a Simón Bolívar, personagem histórico a partir do qual o presidente venezuelano formula seus discursos e projetos.
Chávez ironizou acusações de setores ultraconservadores americanos segundo os quais Lula e Gutiérrez somariam-se a ele e a Fidel Castro para formar um segundo "eixo do mal" no mundo. "Não seria [um eixo] do mal, mas do bem, o eixo dos povos, o eixo do futuro", afirmou.
No entanto, o presidente Venezuelano aconselhou seus críticos a não compararem países e líderes diferentes. "Eles têm dito que quero montar um modelo castrocomunista, utilizando [o exemplo de] Fidel. Mas é preciso entender o exemplo de Cuba por meio do estudo da época, não com essas teses peregrinas. Agarraram essas coisas do ar [para me criticar]. Agora, estão usando isso para criticar Lula."
Nas últimas semanas, Chávez tem tentado aproximar-se da Casa Branca para anular as ligações de suas oposições com setores do governo americano.
Além de oferecer petróleo em quantidade ilimitada caso os EUA invadam o Iraque, Chávez moderou seu discurso. Em caso de uma guerra com o Iraque, a queda na oferta mundial de petróleo poderia levar a economia americana a uma recessão.
Veja também o especial Governo Lula
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