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28/10/2002 - 08h29

Derrotado, Genoino quer consolidar sua liderança em SP

EDUARDO SCOLESE
da Agência Folha
ALENCAR IZIDORO
da Folha de S.Paulo

Ao assumir sua derrota para o tucano Geraldo Alckmin na corrida ao Palácio dos Bandeirantes e ao mesmo tempo intitular sua campanha como "vitoriosa", José Genoino (PT) anunciou que irá visitar, a partir de novembro, as principais cidades do Estado a fim de agradecer à militância petista pela votação que obteve nos dois turnos do pleito. "Não estou triste, e sim muito alegre", disse o petista, que recebeu mais de 8 milhões de votos no segundo turno.
O objetivo do partido é consolidar seu nome como uma liderança no Estado. "Vamos agradecer e, é claro, manter vivo... manter esse pique do PT", disse Paulo Frateschi, presidente estadual do PT. "Saímos dessa campanha (...) com um grande líder popular no Estado de São Paulo, o que nós nunca tivemos", acrescentou.
Para Genoino, o fato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter chegado à Presidência da República, objetivo que o partido perseguia desde 1989, já é motivo de emoção e de comemoração. "É um momento especial de uma geração que fez apostas para melhorar o futuro deste país."
Ele não quis dizer se participará ou não da equipe de transição em Brasília (DF). "A partir de agora, coloco-me à disposição do partido para atuar em todo o Estado. Os temas do Estado vão continuar me interessando muito."
Sobre seu futuro político, Genoino disse que até o final do ano cumprirá com a "garra de sempre" seus últimos dias de mandato como deputado federal.
O candidato petista disse que "não passam de especulações" as informações de que seu nome já estaria certo no Ministério da Defesa. "Isso não existe, pois eu nunca conversei isso com ninguém. Hoje não tenho preocupações com cargos no governo do Lula."
Genoino ainda agradeceu aos partidos que formaram sua coligação ao lado do PT (PC do B e PCB), às demais siglas e lideranças políticas que aderiram à campanha durante o segundo turno, à prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), e à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
"A minha votação exige um agradecimento, foi minha primeira eleição majoritária, a primeira vez que o PT chegou ao segundo turno no Estado, elegemos o senador mais bem votado do Brasil [Aloizio Mercadante"."
Questionado se já se considera um nome credenciado no PT para as próximas eleições ao governo, em 2006, Genoino declarou: "Eu sou apaixonado pela política. Essa campanha foi um dos momentos mais importantes da minha vida. A perspectiva do Executivo me apaixona. Mas eu ainda não estou pensando em 2006, só em 2002."
Para ele, a campanha foi recompensadora. "Eu fiz essa campanha com muito sonho, com muito idealismo, uma campanha de alto nível, sem agressões. Eu termino a campanha com o dever cumprido e com a consciência tranquila."
Após a coletiva, concedida por volta das 19h, Genoino foi se encontrar com Lula em um hotel de São Paulo para em seguida festejar na avenida Paulista (centro).

Militância
Genoino deixou de lado ontem a agenda oficial, descolou-se de figuras importantes do PT e foi fazer campanha na rua, ao lado da militância, para tentar reverter a vantagem, apontada em pesquisas, do tucano Geraldo Alckmin.

Genoino, cuja programação inicial previa acompanhar a votação da prefeita Marta Suplicy e de Lula, optou por fazer caminhadas em redutos petistas na periferia de São Paulo. O candidato, que votou pela manhã na zona oeste, passou por São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e visitou também os extremos das zonas leste e sul da capital, percorrendo quase 200 km de carro.

O petista se recusou pela manhã e à tarde a comentar seu futuro em caso de derrota na disputa estadual. Afirmava não acreditar nos institutos de pesquisa e que a militância do PT poderia reverter nas ruas qualquer tipo de resultado desfavorável. "Temos uma militância na rua com um nível de entusiasmo fantástico. Estou otimista", afirmou Genoino.

O candidato voltou a fazer críticas ontem ao seu adversário na disputa ao governo, dizendo que, enquanto ele e Lula tinham um "projeto comum", Alckmin escondia a sua preferência para a Presidência da República.

"O meu adversário escondeu o candidato dele para a Presidência da República e só está onde está porque andou muitos anos na carona de Mário Covas", disse.

Genoino chegou às 7h40 à escola em que vota, na av. Vital Brasil, aguardou a abertura dos portões e resistiu ao pedido do juiz eleitoral para que "furasse" a fila. "Faço questão de esperar no final. É meu direito, inegociável", afirmou Genoino, que esperou mais de meia hora para votar, acompanhado da mulher, Rioco, e dos filhos Ronan, 18, e Miruna, 21.

No primeiro turno, acompanhado de Marta, ele chegou a enfrentar os protestos de uma mulher ao passar na frente dos demais eleitores. Naquele dia, ele e a prefeita também foram vaiados na escola em que ela votou, nos Jardins, na região central.

Depois de votar, Genoino seguiu para São Bernardo do Campo, onde acompanhou a votação de seu vice, Luiz Marinho, e se dirigiu ao apartamento de Lula, para comemorar os 57 anos do candidato do PT à Presidência.

Diferentemente do primeiro turno, a estratégia adotada ontem de priorizar a periferia só lhe rendeu cumprimentos, elogios e aplausos.

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