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28/10/2002
-
09h54
da Folha de S.Paulo
O candidato à Presidência derrotado do PPS, Ciro Gomes, afirmou ontem que o governo Luiz Inácio Lula da Silva vai receber "uma herança macabra" e deve agir rapidamente para promover mudanças estruturais, sob pena de causar frustrações.
"Eu penso que o Lula tem uma chance de ouro de consertar. Agora, se ele não parte para consertar, vai ser uma frustração muito grande", afirmou Ciro.
"A situação no Brasil é muito grave, muito delicada. Esse modelo econômico não se sustenta. A tarefa dele é muito complexa. O prazo para isso também não é muito elástico. Mas eu quero crer que ele tem a capacidade, com esse capital político, de mobilizar o que há de melhor no país para diminuir os riscos dessa mudança."
Ciro prevê que a maior dificuldade no início do governo Lula será "o manejo da questão da dívida". Citou os problemas decorrentes disso, como o desemprego, as falências, a recessão, a estagnação econômica e a crise de energia. "Enfim, não faltam problemas, é um legado macabro. Mas a pedra de toque disso é a crise externa, o rombo nas contas externas brasileiras."
Afirmou que Lula não terá problemas com o Congresso no início do seu governo, mas poderá ter mais tarde. "Ele tem um capital político extraordinário, histórico. Se ele der utilização a esse capital na primeira hora, não perder tempo, ele vai ter maioria tranquila no Congresso."
Ciro disse que o PPS apoiará o governo Lula no Congresso, mas com independência. Questionado sobre o seu projeto político agora, respondeu: "Dormir, dormir bastante". Negou que vá disputar a Prefeitura de Fortaleza em 2002. Afirmou que a reaproximação com o PSDB "é pura fofoca". "Não tenho plano nenhum."
O senador eleito Tasso Jereissati (PSDB-CE), aliado de Ciro, falou com ironia do governo Lula, mas prometeu fazer uma oposição responsável: "O PSDB vai para a oposição, mas não a oposição que eles [os petistas] fizeram, sistemática, radical". Disse que o partido vai dar "condições de governabilidade", mas vai cobrar "aquilo que foi prometido ao eleitorado".
Veja também o especial Governo Lula
Lula recebe "herança macabra", diz Ciro Gomes
LUCIO VAZda Folha de S.Paulo
O candidato à Presidência derrotado do PPS, Ciro Gomes, afirmou ontem que o governo Luiz Inácio Lula da Silva vai receber "uma herança macabra" e deve agir rapidamente para promover mudanças estruturais, sob pena de causar frustrações.
"Eu penso que o Lula tem uma chance de ouro de consertar. Agora, se ele não parte para consertar, vai ser uma frustração muito grande", afirmou Ciro.
"A situação no Brasil é muito grave, muito delicada. Esse modelo econômico não se sustenta. A tarefa dele é muito complexa. O prazo para isso também não é muito elástico. Mas eu quero crer que ele tem a capacidade, com esse capital político, de mobilizar o que há de melhor no país para diminuir os riscos dessa mudança."
Ciro prevê que a maior dificuldade no início do governo Lula será "o manejo da questão da dívida". Citou os problemas decorrentes disso, como o desemprego, as falências, a recessão, a estagnação econômica e a crise de energia. "Enfim, não faltam problemas, é um legado macabro. Mas a pedra de toque disso é a crise externa, o rombo nas contas externas brasileiras."
Afirmou que Lula não terá problemas com o Congresso no início do seu governo, mas poderá ter mais tarde. "Ele tem um capital político extraordinário, histórico. Se ele der utilização a esse capital na primeira hora, não perder tempo, ele vai ter maioria tranquila no Congresso."
Ciro disse que o PPS apoiará o governo Lula no Congresso, mas com independência. Questionado sobre o seu projeto político agora, respondeu: "Dormir, dormir bastante". Negou que vá disputar a Prefeitura de Fortaleza em 2002. Afirmou que a reaproximação com o PSDB "é pura fofoca". "Não tenho plano nenhum."
O senador eleito Tasso Jereissati (PSDB-CE), aliado de Ciro, falou com ironia do governo Lula, mas prometeu fazer uma oposição responsável: "O PSDB vai para a oposição, mas não a oposição que eles [os petistas] fizeram, sistemática, radical". Disse que o partido vai dar "condições de governabilidade", mas vai cobrar "aquilo que foi prometido ao eleitorado".
Veja também o especial Governo Lula
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