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28/10/2002
-
10h15
Além da vitória nas urnas, Luiz Inácio Lula da Silva conquistou recentemente importantes votos de confiança de variados setores da economia. Entidades representantes de bancos e investidores estrangeiros, historicamente aversos à idéia de um governo petista, manifestam atualmente a intenção de apoiar Lula. Mas deixam claro que a ansiedade em relação ao governo petista é grande e que as cobranças serão muitas.
A maior expectativa de representantes dos setores bancários, industriais e de investidores externos ouvidos pela Folha é que o Lula presidente coloque, de fato, em prática o discurso do Lula candidato.
"Os investidores externos vão cobrar alguma sinalização, tão rápida quanto possível, para conferir quão real foi a moderação no discurso econômico mostrado durante a campanha", diz Álvaro de Souza, presidente da Câmara Americana de Comércio (Amcham) em São Paulo.
Essa sinalização imediata não precisa ser, segundo Souza, necessariamente, a definição do futuro ministro da Fazenda. Poderia vir, por exemplo, com a indicação do ministro do Desenvolvimento ou o de Relação Exteriores.
Em junho passado, o presidente da Amcham havia dito que a versão "Lula-light" produzida pelos marqueteiros não convencia os empresários. Mas, segundo ele, essa avaliação mudou.
A Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos) está disposta a colaborar com o governo de Lula. Segundo Gabriel Jorge Ferreira, presidente da instituição, a Febraban já tem colaborado com o PT e formou, inclusive, a pedido de Lula, comissões que estudam medidas que estimulem a expansão do crédito na economia brasileira e a redução dos juros cobrados pelas instituições financeiras.
No entanto, ressalva que é fundamental que Lula cumpra o que prometeu durante a campanha:
"Nossas expectativas são que o governo do PT realmente consiga promover a retomada do crescimento econômico e, ao mesmo tempo, preservar a estabilidade. Naturalmente também esperamos que o PT cumpra os contratos firmados, como foi o prometido durante a campanha", afirma.
Mesmo que Lula cumpra o que prometeu, sua vida de presidente não será nada fácil. Essa opinião também é consenso entre empresários, banqueiros e investidores externos.
Administrar a crise econômica internacional e as ansiedades de diversos setores que sempre apoiaram o PT, mas não terão suas demandas atendidas tão cedo. Essas são as duas principais dificuldades que Lula deverá enfrentar.
Para Geraldo Carbone, presidente do BankBoston no Brasil, o problema não é o resultado da eleição, com a vitória de Lula, mas a aversão ao risco dos investidores externos.
"Os bancos ainda estão muito cautelosos", diz. Carbone acredita que o melhor que Lula poderá fazer para tentar contornar esse problema é anunciar, o mais rápido possível, a equipe e os principais pilares da política econômica.
Veja também o especial Governo Lula
Bancos e empresas cobrarão promessas de Lula
da Folha de S.PauloAlém da vitória nas urnas, Luiz Inácio Lula da Silva conquistou recentemente importantes votos de confiança de variados setores da economia. Entidades representantes de bancos e investidores estrangeiros, historicamente aversos à idéia de um governo petista, manifestam atualmente a intenção de apoiar Lula. Mas deixam claro que a ansiedade em relação ao governo petista é grande e que as cobranças serão muitas.
A maior expectativa de representantes dos setores bancários, industriais e de investidores externos ouvidos pela Folha é que o Lula presidente coloque, de fato, em prática o discurso do Lula candidato.
"Os investidores externos vão cobrar alguma sinalização, tão rápida quanto possível, para conferir quão real foi a moderação no discurso econômico mostrado durante a campanha", diz Álvaro de Souza, presidente da Câmara Americana de Comércio (Amcham) em São Paulo.
Essa sinalização imediata não precisa ser, segundo Souza, necessariamente, a definição do futuro ministro da Fazenda. Poderia vir, por exemplo, com a indicação do ministro do Desenvolvimento ou o de Relação Exteriores.
Em junho passado, o presidente da Amcham havia dito que a versão "Lula-light" produzida pelos marqueteiros não convencia os empresários. Mas, segundo ele, essa avaliação mudou.
A Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos) está disposta a colaborar com o governo de Lula. Segundo Gabriel Jorge Ferreira, presidente da instituição, a Febraban já tem colaborado com o PT e formou, inclusive, a pedido de Lula, comissões que estudam medidas que estimulem a expansão do crédito na economia brasileira e a redução dos juros cobrados pelas instituições financeiras.
No entanto, ressalva que é fundamental que Lula cumpra o que prometeu durante a campanha:
"Nossas expectativas são que o governo do PT realmente consiga promover a retomada do crescimento econômico e, ao mesmo tempo, preservar a estabilidade. Naturalmente também esperamos que o PT cumpra os contratos firmados, como foi o prometido durante a campanha", afirma.
Mesmo que Lula cumpra o que prometeu, sua vida de presidente não será nada fácil. Essa opinião também é consenso entre empresários, banqueiros e investidores externos.
Administrar a crise econômica internacional e as ansiedades de diversos setores que sempre apoiaram o PT, mas não terão suas demandas atendidas tão cedo. Essas são as duas principais dificuldades que Lula deverá enfrentar.
Para Geraldo Carbone, presidente do BankBoston no Brasil, o problema não é o resultado da eleição, com a vitória de Lula, mas a aversão ao risco dos investidores externos.
"Os bancos ainda estão muito cautelosos", diz. Carbone acredita que o melhor que Lula poderá fazer para tentar contornar esse problema é anunciar, o mais rápido possível, a equipe e os principais pilares da política econômica.
Veja também o especial Governo Lula
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