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29/10/2002 - 06h53

Lula dá perfil técnico à equipe de transição

da Folha de S.Paulo
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu ontem dar um perfil mais técnico do que político à equipe de transição que anuncia hoje após encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Há a possibilidade de que o presidente do PT, o deputado federal José Dirceu (SP), não chefie diretamente o grupo, como estava planejado até o sábado à noite. Objetivo: deixar claro que a equipe de transição não será a base do ministério.

Um nome cotado para coordenar a equipe de transição é de Antônio Palocci, prefeito licenciado de Ribeirão Preto (SP) e coordenador do programa de governo de Lula. Um auxiliar de Palocci talvez pudesse assumir a coordenação. Ontem, especulava-se também sobre a possibilidade de Luiz Gushiken, um dos coordenadores da campanha de Lula, chefiar o time. Gushiken é considerado por Lula um bom executivo.

Em reuniões ao longo do dia de ontem, Lula decidiu abortar a idéia inicial da coordenação de sua campanha de fazer uma equipe de transição com uma mistura de técnicos e de caciques políticos do PT e de partidos aliados.

Isso tem o objetivo de evitar especulações sobre grandes nomes que estavam previstos para integrar a equipe de transição e também para abafar disputas políticas por espaço que já começavam a tomar corpo.

Outro motivo pela opção por um perfil mais técnico é a avaliação de que, como o poder de fato estará nas mãos da administração FHC, nomes de peso que porventura viessem a integrar a equipe de transição sofreriam apenas o desgaste da exposição.

Assim, a intenção de Lula é preservar alguns quadros e fazer do time de transição uma equipe eminentemente de assessoria. Ele terá, no total, 51 cargos criados pelo atual governo.

Congresso
O líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), foi escolhido FHC interlocutor do Palácio do Planalto no Congresso durante a transição. Madeira terá de conciliar as propostas do atual governo com as da futura administração para permitir a votação de projetos em tramitação.

Uma das missões de Madeira será negociar a votação da emenda constitucional que trata do sistema financeiro (artigo 192 da Constituição). A proposta em discussão na Câmara permite a regulamentação fatiada do sistema financeiro e retira da Constituição o detalhamento do setor -estrutura do Banco Central, organização dos bancos privados e taxa de juros de 12% ao ano, por exemplo.

O detalhamento do sistema financeiro é o ponto de divergência entre o atual e o futuro governo. Enquanto o governo FHC defende o texto sem os oito incisos e os três parágrafos, o PT quer manter tudo como está na Constituição, apenas permitindo a regulamentação fatiada -por mais de uma lei complementar.

A posição do PT foi reafirmada na semana passada pelo líder do partido na Câmara, João Paulo Cunha (SP). "Não vejo sentido em mexer no 192 e manter a taxa de juros na Constituição em pleno século 21", disse Madeira. Ele afirmou que não mudará sua posição, mas que poderá ser derrotado nas negociações.

Antes de tratar do sistema financeiro, entretanto, o tucano terá de acertar com a bancada petista a votação de 35 medidas provisórias cujo prazo de votação está vencido ou vencerá até meados de novembro. O Congresso também tem de votar o Orçamento de 2003 antes da posse de Lula.

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