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30/10/2002
-
09h47
da Folha de S.Paulo, no Rio
Um grupo de "radicais" da esquerda do PT mostrou ontem que não aceitará o tom moderado que vem sendo adotado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Em reunião na sede do PT do Rio, ontem, eles defenderam o rompimento com o acordo firmado com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que prevê superávit primário de 3,88% do PIB, a não-assinatura da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e o aumento do mínimo para R$ 240.
Lula e assessores vêm acenando que o governo federal cumprirá todos os compromissos internacionais, incluindo a meta de superávit primário acertada com o FMI, e que será muito difícil conseguir um aumento do mínimo além dos 5% previstos na proposta orçamentária para 2003.
"Eu defendo o rompimento com o Fundo. Essa história de manutenção do superávit primário, incluindo até a elevação das metas, representa toda a lógica dessa política neoliberal. Nós queremos justamente o contrário e elegemos Lula para ser o contraponto deste modelo neoliberal", afirmou o deputado federal eleito Lindberg Farias (RJ).
Farias foi o único petista presente que aceitou falar publicamente com a Folha. Também participaram da reunião os deputados eleitos Luciana Genro (RS) e Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).
No final do encontro petista, foi divulgada uma nota, branda, em que o grupo afirma que a eleição de Lula foi uma "vitória histórica do povo brasileiro".
O grupo, porém, exige que o presidente eleito cumpra os compromissos que foram firmados no 12º Encontro Nacional do PT, realizado em dezembro de 2001, em Recife.
O documento é polêmico porque fala em "ruptura com o modelo econômico" e "denúncia [quebra" dos acordos com o FMI". Para não assustar empresários e investidores, a direção nacional do partido decidiu retirar esses termos do programa de governo de Lula apresentado na campanha eleitoral deste ano.
Na reunião de ontem, ficou decidida a formação na Câmara de um bloco de sete deputados federais -além de Farias, Genro e Greenhalgh, fazem parte Ivan Valente (SP), Maninha (DF), Babá (PA) e Nelson Pellegrino (BA).
A reunião causou mal-estar entre as próprias lideranças de esquerda. "Acho inoportuno discutir uma posição crítica em relação a um governo que nem sequer assumiu", disse o deputado federal eleito Chico Alencar (RJ). O deputado Milton Temer (RJ), um dos expoentes da esquerda, não comentou o assunto. "Não fui convidado e não vou falar sobre isso."
Veja também o especial Governo Lula
Esquerda petista se reúne e articula pressão a Lula
MURILO FIUZA DE MELOda Folha de S.Paulo, no Rio
Um grupo de "radicais" da esquerda do PT mostrou ontem que não aceitará o tom moderado que vem sendo adotado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Em reunião na sede do PT do Rio, ontem, eles defenderam o rompimento com o acordo firmado com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que prevê superávit primário de 3,88% do PIB, a não-assinatura da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e o aumento do mínimo para R$ 240.
Lula e assessores vêm acenando que o governo federal cumprirá todos os compromissos internacionais, incluindo a meta de superávit primário acertada com o FMI, e que será muito difícil conseguir um aumento do mínimo além dos 5% previstos na proposta orçamentária para 2003.
"Eu defendo o rompimento com o Fundo. Essa história de manutenção do superávit primário, incluindo até a elevação das metas, representa toda a lógica dessa política neoliberal. Nós queremos justamente o contrário e elegemos Lula para ser o contraponto deste modelo neoliberal", afirmou o deputado federal eleito Lindberg Farias (RJ).
Farias foi o único petista presente que aceitou falar publicamente com a Folha. Também participaram da reunião os deputados eleitos Luciana Genro (RS) e Luiz Eduardo Greenhalgh (SP).
No final do encontro petista, foi divulgada uma nota, branda, em que o grupo afirma que a eleição de Lula foi uma "vitória histórica do povo brasileiro".
O grupo, porém, exige que o presidente eleito cumpra os compromissos que foram firmados no 12º Encontro Nacional do PT, realizado em dezembro de 2001, em Recife.
O documento é polêmico porque fala em "ruptura com o modelo econômico" e "denúncia [quebra" dos acordos com o FMI". Para não assustar empresários e investidores, a direção nacional do partido decidiu retirar esses termos do programa de governo de Lula apresentado na campanha eleitoral deste ano.
Na reunião de ontem, ficou decidida a formação na Câmara de um bloco de sete deputados federais -além de Farias, Genro e Greenhalgh, fazem parte Ivan Valente (SP), Maninha (DF), Babá (PA) e Nelson Pellegrino (BA).
A reunião causou mal-estar entre as próprias lideranças de esquerda. "Acho inoportuno discutir uma posição crítica em relação a um governo que nem sequer assumiu", disse o deputado federal eleito Chico Alencar (RJ). O deputado Milton Temer (RJ), um dos expoentes da esquerda, não comentou o assunto. "Não fui convidado e não vou falar sobre isso."
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