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13/11/2002 - 09h40

Havanir deve falar sobre suposta cobrança de R$ 5 mil a candidato

da Folha Online
e da Folha de S.Paulo

A vereadora Havanir Nimtz (Prona) - eleita com votação recorde para a Assembléia Legislativa, com 681,9 mil votos - deve se pronunciar hoje à tarde sobre suposta cobrança de R$ 5.000 em troca de uma vaga de candidato a deputado estadual pelo partido na última eleição. A cobrança teria sido feita ao microempresário de Santos (SP) Jorge Roberto Leite, de acordo com reportagem exibida ontem no telejornal "SPTV", da Rede Globo.

O "SPTV" mostrou o conteúdo de uma fita de áudio de uma conversa entre Leite e Havanir na qual Havanir faz a cobrança. A vereadora é presidente do Prona em São Paulo e foi a deputada estadual mais votada neste ano.
Leite diz ter feito a gravação com um gravador escondido, numa reunião na sede estadual do Prona, na capital paulista.

A Folha Online tentou falar ontem com Havanir em seu gabinete, na Câmara Municipal. Sua filha, Maísa, que é chefe do gabinete, disse que ela só falaria sobre o caso nesta quarta-feira.

Na conversa gravada, Leite tenta negociar um valor, e Havanir diz: "Se for para parcelar, é 5.000". Em outro trecho da gravação, a vereadora diz: "Até para concorrer na loteria precisa comprar o bilhete".

Mais adiante, ela narra um acordo que teria fechado por R$ 3.000 em notas de R$ 10 com um vendedor ambulante de salgadinhos que queria sair candidato pelo Prona. Segundo o perito Ricardo Molina, da Unicamp, não há montagem na fita e a voz é de Havanir.

Leite disse ao "SPTV" que não aceitou o acordo, mas avisou o Prona que havia feito a gravação. Por isso seu nome teria sido incluído entre os candidatos. Com 391 votos, o microempresário ficou em 55º, entre os 63 candidatos a deputado estadual pelo Prona. Dos 63, os 4 primeiros foram eleitos, beneficiados pelos 682.219 votos obtidos por Havanir.

O mestre-de-obras Agenor Pinto Araújo, que ficou em 21º entre os candidatos do Prona com 2.105 votos, disse à Globo que pagou R$ 5.000 por 500 cartilhas escritas por Enéas Carneiro, presidente nacional do Prona e deputado federal eleito por São Paulo.

Em 1997, a Folha revelou que o partido cobrava na época R$ 7.000 por 700 cartilhas como condição para aceitar uma candidatura. Enéas negou que o candidato fosse obrigado a pagar, mas defendeu as colaborações para ajudar o partido.

As fitas gravadas por Leite foram encaminhadas ao Ministério Público, que investiga o caso. Fátima Aparecida de Souza Borghi, procuradora regional eleitoral, não quis dar declarações ontem.

 

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