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14/11/2002 - 18h53

Câmara e promotoria vão investigar denúncia contra Havanir

SILVIO NAVARRO
da Folha Online

A vereadora e deputada estadual eleita Havanir Nimtz, do Prona (Partido da Reedificação da Ordem Nacional), será investigada pela Câmara Municipal e pela Procuradoria Regional Eleitoral na suposta cobrança por vagas para concorrer à Assembléia Legislativa de São Paulo.

Hoje, dois dias depois das denúncias do telejornal "SPTV", da Rede Globo, o presidente da Câmara, o petista José Eduardo Cardozo, que também deixará a Casa, mas para ser deputado federal, decidiu instaurar uma sindicância, que poderá culminar na abertura de uma comissão processante por decoro parlamentar. A sindicância pode indicar a cassação da vereadora.

"Nós decidimos apurar os fatos e abrir uma sindicância para ver se realmente houve falta ética. Se ficar comprovado, a Câmara deve abrir processo" afirmou o petista.

O prazo para a apuração do caso é curto. Havanir tem apenas pouco mais de um mês e meio de mandato. No entanto a Câmara poderá repassar as conclusões à Assembléia, onde a dermatologista vai assumir seu novo cargo.

A Procuradoria Regional Eleitoral solicitou as duas fitas à Rede Globo que contém gravações em que a vereadora paulista pede R$ 5.000 ao empresário de Santos, José Roberto Leite. A Folha Online apurou que a procuradoria vê indícios de irregularidades e "imoralidade" no caso.

Na noite de ontem, surgiu outra denúncia contra Havanir, do presidente da Associação dos Motoboys, Ernane Pastore, similar à anterior, em que inclusive teria sido cobrado o mesmo valor pela candidatura.

Outro lado
Depois de contrariar a ordem do presidente nacional do partido, o cardiologista Enéas Carneiro, que a impediu de falar ontem, Havanir concedeu entrevista hoje à rádio CBN antes da decisão da Câmara. Após a divulgação de que seria investigada, ela foi procurada diversas vezes, mas não foi mais encontrada em seu gabinete.

Sua filha, Maysa, que chefia o gabinete, afirmou não saber o posicionamento da vereadora.

Pela manhã, Havanir repetiu o discurso de Enéas de que o Prona está sendo vítima de uma "armação" maquinada por pessoas que pretendem derrubá-los com o intuito de herdar as vagas obtidas nas estrondosas votações dos dois neste ano.

"Fizeram uma interpretação maliciosa. Tem um grupo por trás disso que está com vontade de nos prejudicar", disse a vereadora hoje cedo. "Tem que observar quem é que se beneficia com esta história. Olhe para a lista de quem entraria se nós saíssemos... deve haver alguém", afirmou Enéas.

Esta é a segunda vez que o partido de Enéas, o deputado federal mais votado da história, recebe acusações de venda de vagas. Em 1997, a Folha revelou que o partido cobrava para que os candidatos concorressem à Assembléia.

A exemplo do que fez na ocasião, o presidente nacional do Prona justificou a cobrança alegando que o dinheiro é destinado à compra de "cartilhas doutrinárias", que contêm as idéias político-econômicas do médico, e depositado na conta de uma firma de sua propriedade, a Livraria e Editora Enéas Ferreira Carneiro Ltda. Segundo Enéas, cada exemplar é vendido a R$ 10.

Leia mais sobre o caso:
  • Havanir desobedece Enéas e diz que dinheiro "era como dízimo"
  • Enéas impede Havanir de falar e atribui acusação à venda de cartilhas
  • Prona já respondeu denúncia sobre venda de candidatura
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