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Governador da Bahia nega relação com atividades de publicitário investigado na Satiagraha
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse nesta terça-feira que não tem qualquer relação com as atividades profissionais do publicitário Guilherme Henrique Sodré Martins, o Guiga, acusado de receber R$ 255 mil em 2005 da Brasil Telecom, à época controlada pelo Opportunity. Martins, investigado pela Operação Satiagraha da Polícia Federal como suposto responsável pelos 'contatos políticos' do banqueiro Daniel Dantas, é um dos melhores amigos de Wagner.
O governador disse que o publicitário não mantém qualquer contrato com o governo da Bahia e, se estiver envolvido em irregularidades, deve responder na Justiça.
"O Guilherme tem o trabalho dele, terá que responder na Justiça. Não tenho nada a ver com isso", afirmou.
Wagner disse que Martins não fez lobby junto ao governo da Bahia, em nome de Dantas, uma vez que o Estado não possui contratos firmado com o Opportunity. Questionado se o publicitário teria feito lobby para Dantas no governo federal, o governador disse não ter conhecimento do caso uma vez que está "afastado há muito tempo" do Executivo.
O governador admitiu que é muito amigo do publicitário, mas disse que a vida profissional de cada um é independente. "O Guilherme tem uma empresa que presta serviços ao Daniel Dantas, o caso tem que ser apurado. Ele estava pedindo informações para o cliente dele", afirmou.
Reportagem publicada pela Folha nesta terça-feira afirma que Martins teria recebido R$ 255 mil em 2005 da Brasil Telecom, à época controlada pelo Opportunity. O pagamento aparece em auditoria feita em 2005 pelos novos controladores da BrT. Conforme o documento, o serviço prestado por Martins "pode ser entendido como lobby".
Segundo a auditoria, o publicitário disse, em entrevista aos auditores, que "mantém contatos com diversos parlamentares, além de ser muito próximo do presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva], em função da relação de anos com o PT". Ele também citou o senador Heráclito Fortes (DEM-PI).
Nos relatórios da Operação Satiagraha, Martins aparece telefonando ao ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) para que ele obtivesse informações com o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, sobre uma nova investigação federal contra o banqueiro.
Questionado sobre a ligação de Martins com Greenhalgh, Wagner considerou "natural" que o advogado buscasse informações sobre o seu cliente junto ao governo. "Ele estava pedindo informações para o cliente dele, é advogado, foi buscar informações onde achava que ia ter."
O governador minimizou o fato de petistas como Greenhalgh e Carvalho aparecerem nas investigações da Operação Satiagraha com supostas ações de tráfico de influência no governo.
"Essa não é uma questão do PT, mas do Estado. Vários ex-integrantes de governos anteriores voltaram para a iniciativa privada. Não se deve elencar esse ou aquele partido, as regras devem ser transparentes para todos."
Na opinião de Wagner, a ação de Greenhalgh como advogado é legítima. "O trabalho profissional de cada um é o trabalho profissional de cada um. Se um advogado for contratado, não vejo problema", afirmou.
Investigações
O delegado que conduzia a Satiagraha, Protógenes Queiroz, chegou a pedir a prisão temporária de Martins, mas o pedido foi negado pelo juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto De Sanctis.
Segundo reportagem da Folha, em 2004, quando Martins fez seu primeiro contrato com a BrT, Jaques Wagner era ministro do Desenvolvimento Econômico e Social. Em julho de 2005, assumiu a pasta de Relações Institucionais. Martins foi casado com Fátima Mendonça, mulher do governador baiano.
A Folha apurou que foi Martins quem indicou a Lula o acupunturista Gu Han Chu, que tratou da sua bursite em 2004. Martins, antes de ser publicitário, exercia a ortopedia.
Ainda em 2004, a GLT Comunicações assumiu a assessoria da empreiteira Gautama, de Zuleido Veras, pivô da Operação Navalha, deflagrada pela PF em 2007. Em maio daquele ano, quando estourou o escândalo, Wagner disse que Martins era seu melhor amigo. Foi ele quem, segundo Wagner, pediu emprestado a Veras a lancha em que o petista e a ministra Dilma Rousseff passearam em Salvador em 2006.
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Imagine aquela estatual que representa a justiça como ela realmente deveria sr. A balança que ela segura estaria pendendo para o lado em que a bandeja estaria cheia de ouro e a venda nos olhos é transparente. Esta é a justiça brasileira. Besta de quem acha que dinheiro não compra qualquer coisa.
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