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Tribunal investiga Yeda por compra suspeita de imóvel
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GRACILIANO ROCHA
da Agência Folha, em Porto Alegre
Meses antes de vender por R$ 750 mil uma casa à governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), o engenheiro civil Eduardo Laranja da Fonseca havia recebido uma proposta de R$ 1 milhão pelo mesmo imóvel.
O negócio, fechado pela tucana em dezembro de 2006, 25 dias antes de ser empossada no cargo, é alvo de suspeitas da oposição e está sendo analisado pelo Ministério Público do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Ontem Yeda não quis falar sobre o assunto.
A casa, onde vive a governadora, tem quatro pavimentos, 467 m² de área construída num terreno de 645 m² na Vila Jardim, bairro nobre de Porto Alegre. Na época, os R$ 750 mil pagos pelo imóvel superavam a declaração de bens feita pela governadora (R$ 674 mil).
Na certidão da transação, Yeda comprometia-se a pagar R$ 550 mil à vista e R$ 200 mil quando o dono do imóvel liquidasse dívidas que deram origem a duas ações de execução.
A suspeita de que a casa tenha custado mais do que o declarado pela governadora foi levantada nos pedidos de investigação feitos pelo PSOL e pelo PT ao TCE. Avaliado em R$ 900 mil pela prefeitura, o imóvel chegou a ser anunciado em classificados por R$ 1,2 milhão.
O indício da suposta sub-avaliação do valor ficou mais forte com documento assinado pelo empresário José Luís Borsatto e sua mulher, Maria Fernanda Prado Borsatto, em 7 de agosto de 2006, comprometendo-se a pagar R$ 1 milhão a Eduardo Laranja pela casa. O PSOL enviou cópia da promessa de compra ao TCE.
No documento, que não tem a assinatura de Laranja, o casal promete R$ 400 mil em dinheiro e uma casa de R$ 600 mil no negócio. Maria Fernanda confirmou que houve a negociação, mas não quis explicar porque não se concretizou. Laranja não foi localizado.
"Esta proposta unilateral de compra é um nada jurídico, pois não tem a assinatura do vendedor, que deveria querer dinheiro e não outro imóvel", afirma Paulo Olímpio Gomes de Souza, advogado de Yeda.
Segundo ele, a suspeita de sub-avaliação do imóvel não se sustenta porque, semanas antes de ser vendido à tucana, ele foi anunciado a R$ 850 mil.
Na defesa prévia apresentada ao TCE, Souza afirma que a governadora conseguiu levantar R$ 592 mil com a venda de dois apartamentos e de um carro para pagar a entrada da casa, mas ele não explicou de onde viria o restante do dinheiro necessário para terminar de pagar o imóvel.
"A governadora e o marido têm capacidade de pagamento. Isso será pago com o fruto da poupança do casal, quando o antigo proprietário resolver a pendência", diz Souza.
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