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27/11/2002
-
13h50
da Folha Online
A comissão condutora da sindicância na Câmara Municipal que investiga a suposta venda de legenda pela vereadora Havanir Nimtz (Prona) pretende ouvir todos os candidatos do partido nas eleições de 2002, incluindo seu presidente e deputado federal mais bem votado da história, Enéas Carneiro.
A solicitação foi feita pelo peemedebista Milton Leite, relator da comissão, formada por nove integrantes e presidida pelo vereador Eliseu Gabriel (PDT). A mesa também requereu cópia do balanço contábil do Prona.
"Pode marcar todos para o mesmo dia. Eu me proponho a vir aqui num sábado se for o caso e nós ouvimos todo mundo. Se no meio dos depoimentos for confirmada a oitiva, teremos uma conlusão. A pergunta é rápida: pagou ou não pagou?", afirmou Leite.
Havanir foi acusada de cobrar pela legenda do Prona a interessados em lançar candidatura à deputado estadual. Segundo depoimentos, a vereadora condicionava a candidatura à compra de cartilhas do partido confeccionadas na gráfica do Enéas.
A comissão tem até o dia 20 de dezembro para apresentar um relatório. A sindicância, que apura se houve quebra de decoro parlamentar de Havanir, foi instalada na semana passada, atendendo um pedido do Ministério Público, que abriu inquérito civil contra a vereadora e deputada estadual eleita.
Caso seja apurada irregularidade na conduta dela, poderá ser aberta uma comissão processante por decoro parlamentar e até indicar a cassação da vereadora.
Hoje, na primeira sessão da sindicância, a comissão ouviu quatro pessoas: o vereador Antonio Paes, o Baratão -eleito pelo Prona em 2000-, o presidente da Associação dos Motoboys de São Paulo, Ernane Pastore -um dos denunciantes do caso-, Miguel Cruz -que assumirá o mandato de vereador pela legenda- e o ex-vereador de Osasco, Romeu Marchionno -que também acusa o partido do mercado de vagas.
O tesoureiro do Prona, Julio Gaspar, também seria ouvido, mas enviou um atestado médico justificando a ausência e será novamente intimado a depor.
Baratão, que deixou o Prona logo após ser eleito, segundo ele por ter votado no petista José Eduardo Cardozo para a presidência da Casa, negou em seu depoimento ter pago para concorrer nas eleições, mas declarou ter comprado 300 cartilhas doutrinárias do doutor Enéas por R$ 3.000, parcelados em três cheques pré-datados de R$ 1.000. Ele disse ainda ter entregado os cheques nas mãos de Havanir e não ter guardado o recibo da compra.
"Foram depoimentos de extrema importância, porque essas pessoas podem trazer à tona uma questão que até então o país desconhecia", disse em entrevista o vereador Beto Custódio (PT), que integra a comissão. "Chamou a atenção ele [Baratão] ter afirmado que pagou", completou José Laurindo (PT).
A vereadora Havanir Nimtz esteve presente na reunião, acompanhada de sua advogada e da filha maysa, que chefia seu gabinete, e até tentou se pronunciar durante a sessão, mas foi impedida pelo presidente da sindicância, Eliseu Gabriel.
Na saída, Havanir repetiu seu discurso de defesa, alegando tratar de um esquema maquinado para derrubar a estrondosa votação recebida pelo Prona. Na última sexta-feira, ela pediu afastamento da direção estadual do partido.
Na semana passada, pelo menos quatro candidatos disseram à Folha Online terem pago ao partido do médico cardiologista Enéas Carneiro para competir.
Leia mais:
Justiça cancela por fraude registro de deputado eleito do Prona
Câmara quer ouvir todos que se candidataram pelo Prona em 2002
SILVIO NAVARROda Folha Online
A comissão condutora da sindicância na Câmara Municipal que investiga a suposta venda de legenda pela vereadora Havanir Nimtz (Prona) pretende ouvir todos os candidatos do partido nas eleições de 2002, incluindo seu presidente e deputado federal mais bem votado da história, Enéas Carneiro.
A solicitação foi feita pelo peemedebista Milton Leite, relator da comissão, formada por nove integrantes e presidida pelo vereador Eliseu Gabriel (PDT). A mesa também requereu cópia do balanço contábil do Prona.
"Pode marcar todos para o mesmo dia. Eu me proponho a vir aqui num sábado se for o caso e nós ouvimos todo mundo. Se no meio dos depoimentos for confirmada a oitiva, teremos uma conlusão. A pergunta é rápida: pagou ou não pagou?", afirmou Leite.
Havanir foi acusada de cobrar pela legenda do Prona a interessados em lançar candidatura à deputado estadual. Segundo depoimentos, a vereadora condicionava a candidatura à compra de cartilhas do partido confeccionadas na gráfica do Enéas.
A comissão tem até o dia 20 de dezembro para apresentar um relatório. A sindicância, que apura se houve quebra de decoro parlamentar de Havanir, foi instalada na semana passada, atendendo um pedido do Ministério Público, que abriu inquérito civil contra a vereadora e deputada estadual eleita.
Caso seja apurada irregularidade na conduta dela, poderá ser aberta uma comissão processante por decoro parlamentar e até indicar a cassação da vereadora.
Hoje, na primeira sessão da sindicância, a comissão ouviu quatro pessoas: o vereador Antonio Paes, o Baratão -eleito pelo Prona em 2000-, o presidente da Associação dos Motoboys de São Paulo, Ernane Pastore -um dos denunciantes do caso-, Miguel Cruz -que assumirá o mandato de vereador pela legenda- e o ex-vereador de Osasco, Romeu Marchionno -que também acusa o partido do mercado de vagas.
O tesoureiro do Prona, Julio Gaspar, também seria ouvido, mas enviou um atestado médico justificando a ausência e será novamente intimado a depor.
Baratão, que deixou o Prona logo após ser eleito, segundo ele por ter votado no petista José Eduardo Cardozo para a presidência da Casa, negou em seu depoimento ter pago para concorrer nas eleições, mas declarou ter comprado 300 cartilhas doutrinárias do doutor Enéas por R$ 3.000, parcelados em três cheques pré-datados de R$ 1.000. Ele disse ainda ter entregado os cheques nas mãos de Havanir e não ter guardado o recibo da compra.
"Foram depoimentos de extrema importância, porque essas pessoas podem trazer à tona uma questão que até então o país desconhecia", disse em entrevista o vereador Beto Custódio (PT), que integra a comissão. "Chamou a atenção ele [Baratão] ter afirmado que pagou", completou José Laurindo (PT).
A vereadora Havanir Nimtz esteve presente na reunião, acompanhada de sua advogada e da filha maysa, que chefia seu gabinete, e até tentou se pronunciar durante a sessão, mas foi impedida pelo presidente da sindicância, Eliseu Gabriel.
Na saída, Havanir repetiu seu discurso de defesa, alegando tratar de um esquema maquinado para derrubar a estrondosa votação recebida pelo Prona. Na última sexta-feira, ela pediu afastamento da direção estadual do partido.
Na semana passada, pelo menos quatro candidatos disseram à Folha Online terem pago ao partido do médico cardiologista Enéas Carneiro para competir.
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