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Jobim sinaliza que Planalto não punirá militares por protesto contra revisão da Lei de Anistia
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
Em meio à crise causada pelo debate sobre a responsabilização dos crimes de tortura cometidos na ditadura, o ministro Nelson Jobim (Defesa) elogiou nesta terça-feira a versatilidade, competência e capacidade de superar obstáculos dos militares. Durante discurso na cerimônia de promoção dos oficiais-generais, Jobim disse que o governo federal reconhece: "foram muitos anos sem receber a atenção que os senhores merecem".
Jobim não citou a polêmica discussão sobre a punição aos torturadores. Mas sinalizou que o governo não pretende punir os oficiais que se rebelaram publicamente à eventual responsabilização dos crimes de tortura.
Segundo o ministro, não há entre os oficiais um indivíduo que queira se destacar individualmente porque o esforço é para defender a sua Força --Aeronáutica, Marinha ou Exército.
"Os oficiais-generais não têm necessidade individualmente de produzir biografias, têm necessidades, sim, de produzir trabalho ou dedicação à sua Força. Não há neste momento nenhum oficial-general que pretenda ser ele o grande chefe, quer ele sim servir com a capacidade individual de cada um servir à própria Força. E, a Força ao país. Não há instrumento nem aparelho de desenvolvimento individual", disse Jobim.
A solenidade, no Palácio do Planalto, reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não discursou, os comandantes do Exército, Enzo Peri, da Marinha, Júlio de Moura Neto, da Aeronáutica, Juniti Saito, e o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Lula deu a entender que deverá falar sobre o assunto, no Rio de Janeiro, durante a visita ao terreno da sede da UNE (União Nacional dos Estudantes), na Praia do Flamengo. A antiga sede da UNE foi destruída na ditadura e virou um dos símbolos de resistência ao regime militar.
Bronca
Ontem, depois de reunião com o presidente, o ministro Tarso Genro (Justiça) tentou minimizar a crise sobre a responsabilização dos crimes de tortura ocorridos no período da ditadura. Mas negou que ter levado um "puxão de orelhas" de Lula.
"O presidente pode dar puxão de orelhas em qualquer ministro. Mas não levei nenhum puxão de orelhas, eu lamento dizer isso a vocês. Não recebi advertência alguma", disse.
Segundo Tarso, não houve embaraço algum, mas uma polêmica natural. "Não criou nenhum embaraço. É natural que uma questão como essa cause polêmica. Essa é uma polêmica que existe na sociedade. Não há nenhum embaraço do governo em relação às Forças Armadas", disse o ministro.
O ministro afirmou que não haverá interferência do governo na questão, deixando que o assunto seja tratado pelo Poder Judiciário. "O que o presidente consolidou a orientação é que qualquer interpretação da Lei da Anistia é do Poder Judiciário e que não há perspectiva alguma do governo nem deste ministério [Justiça] em fazer uma revisão da lei", disse.
Revisão
A responsabilização dos crimes de tortura do período militar voltou à tona depois que Tarso e o ministro Paulo Vanucchi (Direitos Humanos) defenderam publicamente a punição aos torturadores. A disposição deles incomodou os militares.
Para encerrar a polêmica, Lula determinou o fim do debate público e a orientação para que o assunto seja tratado tecnicamente.
Ontem, Tarso reiterou novamente que a discussão não se refere à revisão da Lei de Anistia. Segundo ele, sua disposição diz respeito a um conceito jurídico que trata da punição dos crimes de tortura como crimes comuns.
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Nos episódios do RJ -SP - MG _SC -E RS eu não vi ele nem fazer um pronunciamento. Agora ele ligo até para o Barak? Não estou entendendo. Agum petista pode me explicar? Um terço de nossa população passa fome ou é mal nutrido. 290 crianças morrem por dia em decorrência das doenças da fome. E lele vai ajudar o Thaiti ? Os maiores e mais poderosos paises do mundo onde não existe nem a metade da fome que existe aqui não foram tão generosos. Isso mostra pq ele é tão querido mundo afora. Tira do povo Brasileiro para ajudar os outros. É muito importante ajudar o próximo. Mas sem propaganda. Ajudar dentro de suas condições. SE eu tenho dois eu divido se tenho um fica na minha familia. E ai cobramos os que tem dois ou mais para dividir e que não querem. O que o Brasil anunciou de doação é 3 vezes mais que o país que doou mais. E são paises ricos. Perai né. Propaganda tem limites!
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Ajuda ao Haiti:
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu "apoio total" ao país mas não falou de valores.
A ONU autorizou uma verba de US$ 10 milhões de seu fundo de emergências.
A Comissão Europeia desbloqueou uma primeira ajuda de US$ 4,3 milhões
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, prometeu o envio de ajuda humanitária, com equipamento de emergência e contribuição financeira ainda não definida.
A Espanha anunciou ajuda de US$ 4,3 milhões
A Alemanha ofereceu US$ 2,18 milhões
Bélgica, Suécia e Luxemburgo ofereceram equipamentos de purificação de água, tendas, ajuda médica e de resgate de sobreviventes.
A Conferência Episcopal Italiana (CEI) também anunciou 2 milhões de euros,
O governo italiano anunciou 1 milhão de euros
México anunciou o envio de um grupo de médicos
Venezuela enviou um avião da Força Aérea Bolivariana (FAB) com remédios, alimentos, água e ferramentas. E O PAÍS MAIS RICO DO MUNDO?
O Brasil anunciou ajuda de US$ 15 milhões, além de 28 toneladas de alimentos. Além disso, o presidente Lula , em conversa por telefone com o presidente dos EUA, propôs uma reunião do grupo de países empenhados em ajudar na reconstrução do Haiti. Propus ao Obama que o Brasil está disposto a participar, junto com os EUA e a ONU, na coordenação de uma reunião dos países doadores, para que a gente possa agilizar logo o que seja necessário de recursos para recuperar o Haiti.
LULA: RECUPERA O BRASIL PRIMEIRO!
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