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11/12/2002 - 13h25

Em sindicância, maioria confirma a compra de cartilha do Prona

SILVIO NAVARRO
da Folha Online

Das nove pessoas ouvidas hoje pela comissão de sindicância instaurada pela Câmara Municipal de São Paulo para apurar a suposta venda de legenda da vereadora Havanir Nimtz (Prona), seis confirmaram ter comprado as cartilhas do partido. Os outros três negaram a compra.

Destes seis, o depoimento mais relevante foi o do vendedor ambulante de doces Cícero José Aristides Henrique, que se candidatou pelo Prona a deputado estadual com a alcunha como Cícero da Comunidade.

Henrique confirmou à Mesa que foi obrigado a comprar 300 cartilhas do Prona, com as idéias políticas-econômicas do fundador da legenda, o médico cardiologista Enéas Carneiro, como condição para concorrer à Assembléia Legislativa. O valor total da compra, R$ 3.000, foi pago em dinheiro, em notas de R$ 10, e entregue nas mãos da vereadora Havanir.

O ambulante já havia confirmado à Folha Online que teria sido obrigado a pagar pela vaga de candidato e que vendeu uma parte de sua casa para isso. Ainda segundo Cícero, ele pagou e não recebeu as 300 cartilhas.

Os cinco depoentes que confirmaram a compra das cartilhas disseram não ter sido obrigados a fazê-los e declararam ter realizado comprar que variaram de R$ 1.000 a R$ 10.000.

A maior contribuição foi do deputado estadual eleito Ahmad Said Mourad, que obteve sua vaga com apenas 13.137 em razão da expressiva votação obtida por Havanir, a deputada estadual mais votada do país. De todos os que foram ouvidos até agora, ele diz ter comprado mil cartilhas, num total de R$ 10.000.

A comissão de sindicância, que foi instaurada a pedido do Ministério Público em 20 de novembro, tem até o dia 20 de dezembro para apresentar relatório dizendo se houve ou não quebra de decoro parlamentar, mas o presidente da comissão, o vereador Eliseu Gabriel (PDT), pretende entregá-lo até a próxima sexta-feira, dois dias antes da eleição para o novo presidente da Câmara. Isso transforma essa sessão de sindicância na última que será realizada para ouvir testemunhos.

Estão marcados para as 13h os depoimentos de Havanir e do presidente do Prona, Enéas Carneiro. O relator da comissão, vereador Milton Leite (PMDB), chegou a pedir que o depoimento de Havanir e de Enéas ocorresse no plenário, mas o pedido não foi aceito pelos demais vereadores. Leite alega que falta de espaço na sala Tiradentes da Câmara, local onde estão sendo tomados os depoimentos.

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