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26/08/2008 - 20h42

Procurador-geral defende demarcação contínua de reserva Raposa/Serra do Sol

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JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha, em Belém

O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, fez hoje uma defesa enfática da manutenção da reserva Raposa/Serra do Sol (no nordeste de Roraima) como área contínua e disse que isso seria um "marco" do cumprimento da Constituição federal.

"Prefiro falar na expectativa de que o Supremo compreenderá que o texto constitucional não é uma expiação de culpa do passado, e sim uma afirmação da necessidade do presente, que se deve preservar as culturas indígenas, que representam na verdade uma minoria no Estado", afirmou à Folha.

Ele estava em Belém (PA), onde participou da abertura do Encontro Nacional de Procuradoras e Procuradores dos Direitos do Cidadão, organizado pelo Ministério Público Federal.

A partir de amanhã, o STF (Supremo Tribunal Federal) começa a decidirá se a área continuará sendo toda reservada aos índios ou se produtores rurais poderão permanecer no local. No julgamento, a Procuradoria da República defenderá a manutenção da área contínua.

A descontinuidade é defendida tanto pelo governo de Roraima quanto pelos parlamentares do Estado.

Para Souza, a discussão deve seguir apenas razões antropológicas, e não pressões políticas. "Há interesses políticos, evidentemente, dos chamados arrozeiros, que ocupam a área. [Mas] é bom que se diga e que a população saiba: [eles] passaram a ocupar a área depois da homologação. Estamos tratando de ocupação de má fé."

Ele afirmou que a homologação, chancelada pelo presidente Lula em 2005, segue "rigorosamente o mandamento constitucional".

"O Ministério Público não vê uma razão sequer que justifique qualquer modulação, qualquer alteração nos limites definidos no ato homologatório. E, evidentemente, espera que o Supremo também tenha essa compreensão."

Souza também rebateu os argumentos usados para mudar o desenho da reserva, que considera ser "infundados".

"Um exemplo. [...] O Estado de Roraima tem uma área de 22 milhões de hectares. O remanescente, excluídas as áreas indígenas e aquelas unidades de conservação, permanece uma área superior ao Estado de Pernambuco, com uma população de aproximadamente 300 mil pessoas", disse.

"Só por aí se vê que não é por falta de terra que esse Estado não pode progredir. A idéia de que a saída dos produtores rurais ameaçaria a soberania nacional, defendida por militares, é "absolutamente" equivocada e "revela até desconhecimento da história do Brasil", afirmou. "A presença dos indígenas é que exatamente reforça a defesa dos nossos limites territoriais."

Comentários dos leitores
Alcides Emanuelli (2012) 31/01/2010 16h37
Alcides Emanuelli (2012) 31/01/2010 16h37
Estamos em outros tempos, não existe mais a pureza e sim a hipocrisia, tudo muda e a ambição por riquezas toma conta de todos os homens, índios ou fazendeiros.
A ambição por terras e o melhor negócio que existe, não precisa plantar nas terras é consegui-las, sendo esse o principal objetivos dos índios e dos fazendeiros, depois vem o negocio para quem trabalha é honesto e desenvolve a terra.
Para esse vai sobrar a oportunidade de arrendar essas terras, comprar essa terras de Índios e Fazendeiros e outros oportunistas e tirar o lucro que a terra pode propiciar.
Interessante ninguem fala que os sem terra daquela região que estão lá a mais de 20 anos estão produzindo, tantas toneladas de Arroz, de Soja de feijão, de milho.
Ninguem fala isso que os Índios tambem estão produzindo o mesmo nas terras que ganharão de presente da União, ninguem fala nada e todos querem as terras os objetivos são divernos!
O primeiro ojjetivo e os bons emprestimos do governo Federal com os Bancos Publicos, já estão por lá o BNDES, e a CEF.
Bem todos querem o principal o cerne sem precisarem trabalhar, depois da valorização vai vir o negocio e o dinheiro da vendo ou do Arrendamento e é claro vai ter uma lei que vai aprovar que os Índios possam vender parte das suas reservas que os assentados do MST, tambem possam vender e assim vai indo.
Apareceu esses dias na TV que assentados a mais de dois anos não conseguiam produzir nada e olhem que tem o MST por traz de tudo.
Muitos já venderam os lotes.
sem opinião
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juarez honorato Martins (66) 22/01/2010 21h44
juarez honorato Martins (66) 22/01/2010 21h44
Sr.Alziro Ribeiro(67). Sua colocação é altamente preconceituosa. Querendo dizer que tem indios que tem até camionetas, Porque eles não podem ter? Porque são indios? Eles tem o direito de ter tudo o que qualquer brasileiro tem. 1 opinião
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Alziro Ribeiro da Silva (72) 19/01/2010 21h49
Alziro Ribeiro da Silva (72) 19/01/2010 21h49
Não entendo porque os indios reclamam tanto, hoje há tribo que são proprietários de caminhonetes potentes, bens que a maioria dos BRASILEIROS nem pode pensar em te-los.!!!!!!! 6 opiniões
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