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Procurador-geral defende demarcação contínua de reserva Raposa/Serra do Sol
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JOÃO CARLOS MAGALHÃES
da Agência Folha, em Belém
O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, fez hoje uma defesa enfática da manutenção da reserva Raposa/Serra do Sol (no nordeste de Roraima) como área contínua e disse que isso seria um "marco" do cumprimento da Constituição federal.
"Prefiro falar na expectativa de que o Supremo compreenderá que o texto constitucional não é uma expiação de culpa do passado, e sim uma afirmação da necessidade do presente, que se deve preservar as culturas indígenas, que representam na verdade uma minoria no Estado", afirmou à Folha.
Ele estava em Belém (PA), onde participou da abertura do Encontro Nacional de Procuradoras e Procuradores dos Direitos do Cidadão, organizado pelo Ministério Público Federal.
A partir de amanhã, o STF (Supremo Tribunal Federal) começa a decidirá se a área continuará sendo toda reservada aos índios ou se produtores rurais poderão permanecer no local. No julgamento, a Procuradoria da República defenderá a manutenção da área contínua.
A descontinuidade é defendida tanto pelo governo de Roraima quanto pelos parlamentares do Estado.
Para Souza, a discussão deve seguir apenas razões antropológicas, e não pressões políticas. "Há interesses políticos, evidentemente, dos chamados arrozeiros, que ocupam a área. [Mas] é bom que se diga e que a população saiba: [eles] passaram a ocupar a área depois da homologação. Estamos tratando de ocupação de má fé."
Ele afirmou que a homologação, chancelada pelo presidente Lula em 2005, segue "rigorosamente o mandamento constitucional".
"O Ministério Público não vê uma razão sequer que justifique qualquer modulação, qualquer alteração nos limites definidos no ato homologatório. E, evidentemente, espera que o Supremo também tenha essa compreensão."
Souza também rebateu os argumentos usados para mudar o desenho da reserva, que considera ser "infundados".
"Um exemplo. [...] O Estado de Roraima tem uma área de 22 milhões de hectares. O remanescente, excluídas as áreas indígenas e aquelas unidades de conservação, permanece uma área superior ao Estado de Pernambuco, com uma população de aproximadamente 300 mil pessoas", disse.
"Só por aí se vê que não é por falta de terra que esse Estado não pode progredir. A idéia de que a saída dos produtores rurais ameaçaria a soberania nacional, defendida por militares, é "absolutamente" equivocada e "revela até desconhecimento da história do Brasil", afirmou. "A presença dos indígenas é que exatamente reforça a defesa dos nossos limites territoriais."
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A ambição por terras e o melhor negócio que existe, não precisa plantar nas terras é consegui-las, sendo esse o principal objetivos dos índios e dos fazendeiros, depois vem o negocio para quem trabalha é honesto e desenvolve a terra.
Para esse vai sobrar a oportunidade de arrendar essas terras, comprar essa terras de Índios e Fazendeiros e outros oportunistas e tirar o lucro que a terra pode propiciar.
Interessante ninguem fala que os sem terra daquela região que estão lá a mais de 20 anos estão produzindo, tantas toneladas de Arroz, de Soja de feijão, de milho.
Ninguem fala isso que os Índios tambem estão produzindo o mesmo nas terras que ganharão de presente da União, ninguem fala nada e todos querem as terras os objetivos são divernos!
O primeiro ojjetivo e os bons emprestimos do governo Federal com os Bancos Publicos, já estão por lá o BNDES, e a CEF.
Bem todos querem o principal o cerne sem precisarem trabalhar, depois da valorização vai vir o negocio e o dinheiro da vendo ou do Arrendamento e é claro vai ter uma lei que vai aprovar que os Índios possam vender parte das suas reservas que os assentados do MST, tambem possam vender e assim vai indo.
Apareceu esses dias na TV que assentados a mais de dois anos não conseguiam produzir nada e olhem que tem o MST por traz de tudo.
Muitos já venderam os lotes.
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