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Antropólogo vê direito dos índios da reserva Raposa/Serra do Sol
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FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em São José dos Campos
O antropólogo Luís Roberto Cardoso de Oliveira, ex-presidente da ABA (Associação Brasileira de Antropologia), disse que uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que reverta a demarcação contínua da reserva Raposa/Serra do Sol (RR) deverá ser interpretada pela comunidade indígena como uma demonstração de que o direito deles vale menos do que o dos demais brasileiros.
"No contexto atual, não teria como [a reversão da demarcação pelo STF] deixar de passar a idéia de que os direitos deles [índios] valem menos do que os dos outros", afirmou.
"É muito difícil dissociar a decisão do processo recente [de disputa entre índios e arrozeiros], que está marcado por atos de desrespeito sistemático a decisões do Estado brasileiro por parte daqueles que são críticos à reserva", disse Oliveira, doutor pela Universidade Harvard e professor da UnB (Universidade de Brasília).
Sobre os argumentos de que a demarcação pode colocar em risco a soberania do país, Oliveira disse que a terra estará mais protegida nas mãos dos índios "do que se estivesse na mão de particulares". Para ele, a demarcação descontinuada, ou seja, com a permanência das populações não-índias em "ilhas" dentro da reserva, resultará em prejuízo para os índios.
De acordo com Oliveira, os índios teriam dificuldade para caçar e pescar, por exemplo, já que o deslocamento deles dentro da área da reserva ficaria limitado. Além disso, o contato com outras populações pode representar risco para a manutenção da cultura das populações indígenas.
"A demarcação em ilhas dificultará muito a reprodução social do grupo [de índios]. Acho que ela tem grandes chances de vir a significar uma integração forçada e arbitrária entre brancos e índios. O resultado seria a assimilação, que não é desejada por eles nem é o que recomenda a nossa Constituição, que reconhece o direito deles de serem brasileiros sem deixar de ser índios", disse Oliveira.
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A ambição por terras e o melhor negócio que existe, não precisa plantar nas terras é consegui-las, sendo esse o principal objetivos dos índios e dos fazendeiros, depois vem o negocio para quem trabalha é honesto e desenvolve a terra.
Para esse vai sobrar a oportunidade de arrendar essas terras, comprar essa terras de Índios e Fazendeiros e outros oportunistas e tirar o lucro que a terra pode propiciar.
Interessante ninguem fala que os sem terra daquela região que estão lá a mais de 20 anos estão produzindo, tantas toneladas de Arroz, de Soja de feijão, de milho.
Ninguem fala isso que os Índios tambem estão produzindo o mesmo nas terras que ganharão de presente da União, ninguem fala nada e todos querem as terras os objetivos são divernos!
O primeiro ojjetivo e os bons emprestimos do governo Federal com os Bancos Publicos, já estão por lá o BNDES, e a CEF.
Bem todos querem o principal o cerne sem precisarem trabalhar, depois da valorização vai vir o negocio e o dinheiro da vendo ou do Arrendamento e é claro vai ter uma lei que vai aprovar que os Índios possam vender parte das suas reservas que os assentados do MST, tambem possam vender e assim vai indo.
Apareceu esses dias na TV que assentados a mais de dois anos não conseguiam produzir nada e olhem que tem o MST por traz de tudo.
Muitos já venderam os lotes.
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