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26/01/2003
-
08h33
da Folha de S.Paulo, em Porto Alegre
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, defendeu ontem a taxação do fluxo do capital financeiro internacional. "É uma taxa que seria usada para o combate à fome e à miséria no mundo", declarou o petista.
Dirceu participou de uma "mesa de diálogo e controvérsia" no Fórum Social Mundial em que o tema era a crise econômico-financeira mundial.
Bastante aplaudido pelas cerca de 1.500 pessoas presentes ao ginásio de esportes Gigantinho, anexo ao Estádio do Beira-Rio, Dirceu posicionou-se de forma mais conservadora do que os demais debatedores.
Num dos momentos mais aplaudidos da discussão, a parlamentar argentina Alicia Castro defendeu a suspensão do pagamento da dívida externa por parte dos países pobres. Foi apoiada pelo ugandense Yashpal Tandon, integrante de uma organização não-governamental africana.
"Suspender o pagamento da dívida externa levará à suspensão do pagamento da dívida interna, o que significa prejudicar também os poupadores internos. Consequentemente, além de aumento da inflação e do desemprego, essa medida não trará unidade nacional. Significa desligar o país do circuito financeiro internacional. Não é viável nem politicamente", contra-argumentou Dirceu a uma platéia silenciosa.
"Não adianta pagar e abrir mão de investimento sociais e de definir uma política nacional própria. Não se tratar de obter dólares do sistema financeiro internacional. Mas de parar com que levem os dólares que produzimos", rebateu Castro.
Dirceu também defendeu o diálogo com os Estados Unidos, criticado por sua preponderância política, econômica e militar.
"Não é uma boa política o confronto ideológico com os americanos. O Brasil já tem um contencioso enorme comercial, diplomático e militar. Discordamos deles sobre a Colômbia, sobre Cuba, sobre o Protocolo de Kyoto [que prevê redução da emissão de gases poluentes], sobre o Tribunal Penal Internacional. A margem de manobra não é grande", afirmou o ministro da Casa Civil.
O ponto comum entre os debatedores -entre os quais ainda estavam Eveline Herfkens (coordenadora de metas de desenvolvimento da ONU), Mark Weisbrot (de uma ONG dos EUA) e Patrick Viveret (ONG francesa)- foi a condenação da guerra contra o Iraque. "É uma aventura. Não se pode dizer o que acontecerá no lado econômico e político", analisou o ministro brasileiro.
Veja também o especial Fóruns Globais
Dirceu defende taxa social sobre capital
PLÍNIO FRAGAda Folha de S.Paulo, em Porto Alegre
O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, defendeu ontem a taxação do fluxo do capital financeiro internacional. "É uma taxa que seria usada para o combate à fome e à miséria no mundo", declarou o petista.
Dirceu participou de uma "mesa de diálogo e controvérsia" no Fórum Social Mundial em que o tema era a crise econômico-financeira mundial.
Bastante aplaudido pelas cerca de 1.500 pessoas presentes ao ginásio de esportes Gigantinho, anexo ao Estádio do Beira-Rio, Dirceu posicionou-se de forma mais conservadora do que os demais debatedores.
Num dos momentos mais aplaudidos da discussão, a parlamentar argentina Alicia Castro defendeu a suspensão do pagamento da dívida externa por parte dos países pobres. Foi apoiada pelo ugandense Yashpal Tandon, integrante de uma organização não-governamental africana.
"Suspender o pagamento da dívida externa levará à suspensão do pagamento da dívida interna, o que significa prejudicar também os poupadores internos. Consequentemente, além de aumento da inflação e do desemprego, essa medida não trará unidade nacional. Significa desligar o país do circuito financeiro internacional. Não é viável nem politicamente", contra-argumentou Dirceu a uma platéia silenciosa.
"Não adianta pagar e abrir mão de investimento sociais e de definir uma política nacional própria. Não se tratar de obter dólares do sistema financeiro internacional. Mas de parar com que levem os dólares que produzimos", rebateu Castro.
Dirceu também defendeu o diálogo com os Estados Unidos, criticado por sua preponderância política, econômica e militar.
"Não é uma boa política o confronto ideológico com os americanos. O Brasil já tem um contencioso enorme comercial, diplomático e militar. Discordamos deles sobre a Colômbia, sobre Cuba, sobre o Protocolo de Kyoto [que prevê redução da emissão de gases poluentes], sobre o Tribunal Penal Internacional. A margem de manobra não é grande", afirmou o ministro da Casa Civil.
O ponto comum entre os debatedores -entre os quais ainda estavam Eveline Herfkens (coordenadora de metas de desenvolvimento da ONU), Mark Weisbrot (de uma ONG dos EUA) e Patrick Viveret (ONG francesa)- foi a condenação da guerra contra o Iraque. "É uma aventura. Não se pode dizer o que acontecerá no lado econômico e político", analisou o ministro brasileiro.
Veja também o especial Fóruns Globais
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