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27/01/2003 - 07h29

Lula debaterá reforma em fábricas

da Folha de S.Paulo, em Porto Alegre

O secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá a "portas de fábricas" discutir com trabalhadores a necessidade de realizar reformas, em especial a da Previdência.

"Acordos com o Congresso Nacional são muito importantes para a governabilidade, mas é imprescindível também conquistar a sociedade civil. Com sua participação, teremos a governabilidade ampliada, em condições de sustentar um governo progressista. Sem a participação da sociedade, nós teremos dificuldades para fazer as reformas", afirmou o secretário-geral da Presidência.

"Somente a eleição não garante que as mudanças serão feitas. As forças que foram eleitoralmente derrotadas têm um poder de comunicação e de mobilização muito superior aos votos que tivemos", declarou.

"São forças de elite muito poderosas, apesar de neste momento estarem atordoadas. Mas elas vão se reconstituir, aprendendo com as próprias derrotas. E podem montar estruturas tão fortes que vão nos derrotar se não tivermos cuidado", afirmou.

Dulci disse que o discurso de Lula em Davos (Suíça) teve tom inédito nas reuniões do Fórum Econômico Mundial. "Usou uma linguagem que, talvez, nunca tenha sido falada lá. Foi um pronunciamento coerente com o discurso feito no Fórum Social Mundial. A mensagem é a mesma: de que o mundo precisa de uma nova ordem econômica, política e social", declarou.

Dulci participou na tarde de ontem de seminário sobre os "movimentos sociais nas políticas públicas" na PUC-RS. O discurso de Lula em Davos foi exibido em um telão pela manhã, tendo sido acompanhado por milhares de participantes do fórum.

Genoino
O presidente do PT, José Genoino, comentou a proposta feita por Lula da criação de um fundo internacional contra a fome. "Viabiliza o enfrentamento do mais grave problema da humanidade. O presidente Lula, com grande lucidez, defendeu uma aliança contra a guerra e contra a pobreza."

Para o petista, o pronunciamento de Lula mostrou que foi correta sua decisão de ir ao Fórum Econômico Mundial. "Aqueles que discordavam da ida de Lula a Davos são pessoas equivocadas, estreitas, que fazem do protesto a inconseqüência para facilitar a política belicista dos reacionários. E quem leva esquerda para isolamento facilita a posição dos que querem a guerra, dos que querem o terrorismo. Às vezes, dizem que estão combatendo, mas estão fazendo o jogo daqueles que querem levar a humanidade à tragédia, à barbárie", afirmou. Genoino participou do debate "Lacunas e tensões entre movimentos sociais, partidos e instituições políticas" do Fórum Social Mundial.

Declarou que o governo do PT é "de esquerda, mas não maciçamente de esquerda". "Isso merece vigilância por parte do partido. O mundo já viveu experiências anteriores em que a esquerda chegou ao poder, mas acabou domesticando e cooptando a sociedade e os partidos", declarou o presidente do PT.

Genoino disse que o governo não pode enfraquecer os movimentos sociais. "Eles têm de ser autônomos para negociar com o governo. A corda não pode quebrar para transformar os dois em inimigos."

Veja também o especial Fóruns Globais
 

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