Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/01/2003 - 19h02

Planeta Fêmea discute violência contra mulher Fórum Social

DENYSE GODOY
da Folha Online, em Porto Alegre

Paralelamente às atividades oficiais do Terceiro Fórum Social Mundial, que termina amanhã em Porto Alegre, vários outros fóruns têm lugar na cidade. Entre eles, destaca-se o Planeta Fêmea, organizado por entidades feministas para ser o espaço de debate de questões relativas à mulher.

"Em um mundo tão machista, onde a discriminação é muito grande, iniciativas como o Planeta Fêmea têm enorme importância, pois se trata de um trabalho feito com e para a mulher", explica Vera D'Ávila, coordenadora do projeto.

O lema do evento é "Igualdade e desenvolvimento num planeta saudável", o qual resume os principais eixos de discussão: ecologia - o Planeta Fêmea nasceu na ECO 92 -, trabalho, teologia, educação sexual, direitos humanos e comunicação.

No seu manifesto, as organizadoras afirmam: "Somos pela paz e pelo respeito às diferenças. Advogamos pela segurança ambiental e lutamos pela democracia participativa, na qual as mulheres tenham poder".

Mas a maior parte das quase 30 oficinas realizadas trata da violência contras as mulheres, o que, segundo Vera, é o maior problema enfrentado atualmente - mais do que a discriminação.

"Nosso objetivo é chamar a atenção para isso e, multiplicando a informação, ajudar a reduzir a incidência da violência contra a mulher", enfatiza a ativista.

Aliás, divulgação é palavra-chave quando se fala em combate a esse tipo de violência. "Quanto o assunto tem espaço na mídia, as denúncias aumentam, porque as pessoas percebem que não estão sozinhas enfrentando situações de violência", conta Suzana Braun, autora de um livro sobre isso.

Esta é a segunda vez que o Planeta Fêmea está presente no Fórum Social Mundial. No ano passado, mais de cinco mil pessoas participaram dos debates, oficinas e palestras, mas Lourdes Paiva, que também faz parte da equipe de organização, acredita que o número de frequentadores deve ser menor em 2003 porque as instalações do Planeta estão em lugar mais afastado.

Ela comenta que mais de 50 organizações do Brasil e do exterior ajudaram a concretizar a iniciativa. "Nós, mulheres, somos guerreriras e batalhadoras, por isso deu tão certo", vibra.

Ione Cândido, professora paulistana que participou de uma discussão sobre abuso sexual contra crianças, elogia: "Precisamos deste espaço para trocar experiências com outras mulheres, discutir problemas que são só nossos e pensar em soluções. O Fórum Social Mundial, rico em alternativas para um modelo econômico e social que não deu certo, é o lugar ideal para que isso aconteça".


Especial
  • Acompanhe os Fóruns Social Mundial e Econômico Mundial

  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página