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29/01/2003
-
06h14
da Folha de S.Paulo, no Rio
O futuro presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do caso Silveirinha, deputado Paulo Melo (PMDB), disse ontem que a comissão não se limitará a investigar a gestão de Anthony Garotinho (99 a abril de 2002). Aliado do ex-governador, ele quer ampliar as apurações para a gestão de Benedita da Silva (PT).
Melo deve ser ratificado como presidente da CPI na segunda. Mas, antes mesmo de iniciar os trabalhos, disse acreditar que a comissão irá "acrescentar pouco" às investigações que já estão sendo feitas pelo Ministério Público.
Melo acusou Eduardo Campos, que foi subsecretário de Administração Tributária no governo Benedita, de ter extorquido dinheiro dos proprietários da concessionária Rio Motor, na Barra da Tijuca. Campos é fiscal do Estado.
Segundo ele, Campos poderá ter sua vida "devassada". O episódio teria ocorrido na gestão Marcello Alencar (94-98). "Ele teve um problema com a Rio Motor, depois teve problemas com empresas de material de construção. Houve uma denúncia, e se elas tiverem procedimentos, ele [Campos] terá sua vida devassada."
O ex-subsecretário nega a acusação. A Folha procurou os proprietários da Rio Motor, mas eles não foram localizados ontem.
Eduardo Campos foi o sucessor de Rodrigo Silveirinha Corrêa, um dos oito suspeitos de enviar ilegalmente US$ 33,4 milhões à Suíça, na gestão de Garotinho.
Campos foi subsecretário entre abril e dezembro de 2002 e não aparece na lista entregue à Procuradoria Geral da República pelo Ministério Público da Suíça nem nas investigações da Promotoria.
Para deputados do PT, Melo está querendo desviar o foco das investigações, centrado no grupo supostamente comandado por Silveirinha. O peemedebista foi contra a extinção da Inspetoria de Contribuintes de Grande Porte, no início do governo de Benedita.
"É prematuro vincular esse caso ao ex-governador Garotinho. Isso não é proteção, mas respeito. Não acredito que um governador tenha o descabimento, a sem-vergonhice de ter um trato com esse grupo, mas a CPI não é protecionista e vai apurar tudo o que tiver. Podemos convocar qualquer pessoa que tiver ligação com o caso", respondeu. Ele disse que, se necessário, vai convocar Garotinho, "assim como Benedita".
Melo rechaçou a idéia do PT de pedir que a Câmara instale uma comissão para acompanhar as investigações da CPI da Assembléia.
"A Assembléia não precisa e não admite a tutela de ninguém. Nós aqui cortamos na carne, mas o mesmo não se pode falar do Congresso Nacional, que deixou de apurar várias benesses no governo Fernando Henrique", disse.
CPI quer investigar gestão de Benedita da Silva
MURILO FIUZA DE MELOda Folha de S.Paulo, no Rio
O futuro presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do caso Silveirinha, deputado Paulo Melo (PMDB), disse ontem que a comissão não se limitará a investigar a gestão de Anthony Garotinho (99 a abril de 2002). Aliado do ex-governador, ele quer ampliar as apurações para a gestão de Benedita da Silva (PT).
Melo deve ser ratificado como presidente da CPI na segunda. Mas, antes mesmo de iniciar os trabalhos, disse acreditar que a comissão irá "acrescentar pouco" às investigações que já estão sendo feitas pelo Ministério Público.
Melo acusou Eduardo Campos, que foi subsecretário de Administração Tributária no governo Benedita, de ter extorquido dinheiro dos proprietários da concessionária Rio Motor, na Barra da Tijuca. Campos é fiscal do Estado.
Segundo ele, Campos poderá ter sua vida "devassada". O episódio teria ocorrido na gestão Marcello Alencar (94-98). "Ele teve um problema com a Rio Motor, depois teve problemas com empresas de material de construção. Houve uma denúncia, e se elas tiverem procedimentos, ele [Campos] terá sua vida devassada."
O ex-subsecretário nega a acusação. A Folha procurou os proprietários da Rio Motor, mas eles não foram localizados ontem.
Eduardo Campos foi o sucessor de Rodrigo Silveirinha Corrêa, um dos oito suspeitos de enviar ilegalmente US$ 33,4 milhões à Suíça, na gestão de Garotinho.
Campos foi subsecretário entre abril e dezembro de 2002 e não aparece na lista entregue à Procuradoria Geral da República pelo Ministério Público da Suíça nem nas investigações da Promotoria.
Para deputados do PT, Melo está querendo desviar o foco das investigações, centrado no grupo supostamente comandado por Silveirinha. O peemedebista foi contra a extinção da Inspetoria de Contribuintes de Grande Porte, no início do governo de Benedita.
"É prematuro vincular esse caso ao ex-governador Garotinho. Isso não é proteção, mas respeito. Não acredito que um governador tenha o descabimento, a sem-vergonhice de ter um trato com esse grupo, mas a CPI não é protecionista e vai apurar tudo o que tiver. Podemos convocar qualquer pessoa que tiver ligação com o caso", respondeu. Ele disse que, se necessário, vai convocar Garotinho, "assim como Benedita".
Melo rechaçou a idéia do PT de pedir que a Câmara instale uma comissão para acompanhar as investigações da CPI da Assembléia.
"A Assembléia não precisa e não admite a tutela de ninguém. Nós aqui cortamos na carne, mas o mesmo não se pode falar do Congresso Nacional, que deixou de apurar várias benesses no governo Fernando Henrique", disse.
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