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01/02/2003 - 06h02

Governo já tem o apoio de 250 na Câmara

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Com o troca-troca de partidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) poderá contar com o apoio de pelo menos 250 deputados federais na Câmara que toma posse hoje, em Brasília.

Apesar de os aliados do PT terem sido os maiores beneficiados pelas mudanças, Lula terá uma base de sustentação na Câmara menor do que a de seu antecessor, o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). FHC começou sua primeira gestão, em 1995, com o apoio formal de 377 deputados. Em 1999, no início do segundo governo, o tucano tinha o apoio de 379 deputados.

Apesar disso, a bancada do PSDB no início do primeiro mandato de FHC era menor do que a do PT: os tucanos tinham na época 62 deputados federais, o que colocava FHC na dependência do apoio do PFL do senador Antonio Carlos Magalhães (BA) e do PMDB do hoje deputado federal Jader Barbalho (PA).

A data-limite para a mudança de legenda é hoje, antes da sessão de posse, às 15h. Ontem, até as 19h, 28 deputados haviam mudado de partido.

A data da posse é importante para garantir aos partidos tempo de propaganda eleitoral -o espaço na TV e no rádio é proporcional ao número de deputados de uma sigla no dia da posse. A mesma data é usada para a composição das comissões parlamentares.

O partido que mais engordou com o troca-troca de deputados foi o PTB, que recebeu 14 parlamentares. No dia 6 de outubro, o partido elegeu 31 deputados, mas deverá dar posse hoje a pelo menos 45. "O que atraiu tantas pessoas foi o fato de o partido ser unido, nunca tivemos brigas", afirmou o líder do partido, deputado federal Roberto Jefferson (RJ).

Mais do que isso, os partidos de base de sustentação de Lula têm outros atributos a oferecer aos novos deputados, como cargos em ministérios, estatais e em outros órgãos públicos.

Alguns partidos, como o PSB e o PL, cresceram menos que o esperado. O ex-governador Anthony Garotinho (PSB) chegou a dizer que, dos 22 deputados eleitos, a sigla poderia chegar a 34. A Garotinho, que pretende disputar a sucessão de Lula, interessa ter o maior tempo possível de propaganda eleitoral gratuita.

Pelas últimas trocas de partido registradas ontem, o PSB havia ganho pelo menos três novas filiações. Hoje espera-se que ele chegue a 29 deputados.

Membros do partido avaliam que as investigações sobre supostas irregularidades no governo do Estado do Rio de Janeiro, porém, afastaram possíveis adesões.

Quem também cresceu abaixo do esperado foi o PL, partido do vice-presidente de Lula, José Alencar. O PL elegeu 26 deputados federais e queria ultrapassar a marca dos 32. Até ontem, o partido tinha registrado cinco novas adesões, mas perdera deputados. Espera-se que hoje ele também feche o dia com 29 deputados.

Como já se esperava, os partidos de oposição ao novo governo federal -que apoiavam o governo de Fernando Henrique Cardoso- os que sofreram maiores baixas: PFL, PSDB, PPB e PMDB.

O PFL, que já perdeu seis deputados e pode perder ainda outros, ameaçou processar os parlamentares por má-fé. Disse ter sofrido prejuízos com os deputados que abandonaram o partido. Ontem, a diretoria geral da Câmara iria funcionar até as 22h para receber pedidos de mudanças de partido.

 

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