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01/02/2003 - 06h17

Governo omite custos de caravana

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Passadas três semanas da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao semi-árido com seus ministros, o governo se recusa a fornecer informações sobre os custos da viagem. O grupo esteve em Teresina (PI), Recife (PE) e Itinga (MG). Após insistentes pedidos da Folha, desde o dia da viagem, a posição oficial do Planalto continua sendo a mesma fornecida pelo porta-voz, André Singer, em 17 de janeiro: informações sobre o custo de viagens serão divulgados apenas depois de concluído um levantamento sobre as viagens presidenciais dos últimos dez anos.

"Não há nenhuma recusa em fornecer informações. A informação que eu tenho é a de que esses custos serão levantados. No que diz respeito à orientação geral com relação a viagens, o presidente me pediu que transmitisse que ele solicitou um estudo da média de gastos com as viagens presidenciais da última década", disse Singer, na ocasião.

"À luz dessa informação, ele quer adequar os seus gastos àquilo que estiver dentro desse parâmetro", completou.

A assessoria de imprensa do Planalto informou ontem que ainda não poderia fornecer o custo e que a resposta do porta-voz ainda era válida. Não há prazo para a conclusão do estudo.

Por meio de assessores, o presidente se declara preocupado em reduzir os custos de viagens. Por essa razão, optou por viajar em avião comercial de São Paulo para Paris. No entanto, não foi divulgado quanto seria economizado dessa forma. Lula voltou de Paris em no Boeing-707 da FAB (Força Aérea Brasileira) apelidado de "sucatão", que havia levado assessores. A opção fez com que fosse enviado à Europa às pressas o Boeing-737, o "sucatinha".

O Planalto não divulgou o custo adicional da viagem, lembrando que isso dependeria da conclusão do estudo sobre as viagens da última década. A Aeronáutica disse que não poderia informar o custo da hora-vôo do Boeing reserva, por uma questão de "centralização e hierarquia". A recusa em fornecer informações sobre os custos das viagens presidenciais contraria a promessa de transparência do governo e fere as regras estabelecidas pela Presidência para todo o Executivo.

As três primeiras diretrizes da carta aberta assinada pelo secretário de Imprensa do Planalto, Ricardo Kotscho, são: 1) a informação é um bem público, não é propriedade do governo; 2) a informação é um direito, não um favor; 3) a informação é um requisito básico para o exercício de outros direitos, como os de escolher, julgar, optar e participar. A cartilha proíbe ainda assessores de "tergiversar" (procurar rodeios, evasivas ou usar subterfúgios).
 

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