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Protógenes discutiu com superior no dia das prisões
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RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo
Trechos da reunião que selou o afastamento do delegado Protógenes Queiroz do comando da Operação Satiagraha, divulgados pela revista "Veja" e pelo jornal "O Globo", revelam uma discussão entre o delegado e Paulo de Tarso Teixeira, seu superior, na manhã da prisão do banqueiro Daniel Dantas.
Teixeira chefia a Divisão de Repressão aos Crimes Financeiros da direção geral da PF.
A reunião foi gravada pela PF. Os curtos trechos revelados até agora (a íntegra não foi tornada pública) demonstram ainda que a cúpula da PF cobrou da equipe da Satiagraha, antes do início das prisões, os nomes das pessoas que seriam presas pela operação e uma cópia da decisão do juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
Esses pedidos e o atrito com Teixeira tinham sido relatados por Protógenes em ofício protocolado na Procuradoria da República em São Paulo, que abriu um procedimento de controle externo da PF para apurar se houve obstrução à operação. A fita da reunião é indício de que houve embate entre o delegado e a cúpula da PF.
A versão da PF é que Protógenes deixou o comando da Satiagraha para participar de um curso de formação, em Brasília.
A reunião ocorreu na sede paulistana da PF no dia 14 de julho, seis dias após as prisões. Dela participaram, além de Protógenes, o superintendente da PF de São Paulo, Leandro Coimbra, e o diretor de combate ao crime organizado da PF, Roberto Troncon Filho.
A gravação indica que Teixeira ficou contrariado quando soube que Protógenes resolveu acompanhar a equipe da PF que iria prender o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Os delegados Teixeira e Coimbra teriam exigido de Protógenes que ele ficasse no prédio da PF durante toda a operação, realizada no dia 8 de julho.
Na gravação, Protógenes disse aos presentes que Teixeira discutiu com ele, por telefone, tanto na ida quanto na volta do local da prisão de Pitta: "Ao retornar [do cumprimento da prisão], me posicionei aqui no gabinete do superintendente. Cheguei um pouco estressado porque, confesso, doutor Troncon, que em toda minha vida, tenho 49 anos de idade, nunca fui insultado. Eu fui insultado, humilhado, "espezinhado" em cima de uma megaoperação como essa. E por um colega por quem eu tinha um carinho imenso. Eu não merecia isso".
A divergência entre Protógenes e Teixeira também foi referida no relatório preliminar do delegado da Corregedoria da PF Amaro Vieira Ferreira.
Amaro concluiu que Protógenes "desobedeceu ordem superior e, sob falsa justificativa de que estaria auxiliando equipe que não sabia chegar ao local, integrou o grupo de policiais que seguia para a casa do investigado Celso Pitta". A suspeita de Amaro é que Protógenes tenha participado da prisão. Na reunião gravada, contudo, Protógenes disse que ficou a dois quilômetros de distância.
Em outro momento da reunião gravada pela PF, os delegados da Satiagraha respondem a Troncon sobre o fato de não terem repassado à cúpula da PF a lista das pessoas que seriam presas. Protógenes diz, na fita, que o vazamento de uma cópia da decisão do juiz deixaria a PF "em maus lençóis". Ele comentou ser aquela "a primeira vez em dez anos" que teria sido "instado a apresentar cópia de uma decisão judicial de um inquérito policial classificado [com caráter sigiloso]".
PSOL
O PSOL planeja fazer hoje ato de apoio a Protógenes em Porto Alegre (RS). O delegado deverá aparecer ao lado da ex-senadora Heloísa Helena e da deputada Luciana Genro.
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Imagine aquela estatual que representa a justiça como ela realmente deveria sr. A balança que ela segura estaria pendendo para o lado em que a bandeja estaria cheia de ouro e a venda nos olhos é transparente. Esta é a justiça brasileira. Besta de quem acha que dinheiro não compra qualquer coisa.
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