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Ao retomar atividades, Protógenes é afastado da Diretoria de Inteligência da PF
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Ao retomar nesta segunda-feira suas atividades na Polícia Federal, o delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, foi comunicado do seu afastamento da Diretoria de Inteligência da PF --órgão onde era lotado antes de deixar os trabalhos para fazer um curso na escola superior da Polícia Federal. O delegado ficou afastado por quatro meses da instituição depois das acusações de vazamento de informações na Satiagraha.
A Folha Online apurou que Protógenes se reapresentou pessoalmente ao diretor de Inteligência da PF, Daniel Lorenz, que lhe comunicou do seu afastamento da divisão.
Lorenz pediu que Protógenes retorne em 15 dias ao Departamento de Recursos Humanos da Polícia Federal para ser informado sobre o seu novo local de trabalho na instituição.
Em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, Lorenz criticou a condução das investigações por Protógenes ao afirmar que o delegado mentiu aos colegas da instituição sobre a participação de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) na Satiagrah.
O diretor também não escondeu sua irritação com o colega ao afirmar que, com o vazamento de informações da Satiagraha, o inquérito passaria a ser conduzido pelo Departamento de Combate ao Crime Organizado --e não mais pela Diretoria de Inteligência.
Além de ser afastado da Diretoria de Inteligência, Protógenes não vai retomar o comando da Operação Satiagraha --conduzida desde a sua saída pelo delegado Ricardo Saadi. O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, disse nesta segunda-feira que Protógenes não vai reassumir o comando da Satiagraha "por um princípio de continuidade".
"É importante dizer que a operação não é propriedade de ninguém. Uma operação da PF é um serviço público e o custo disso é suportado pelo cidadão, nós somos meros instrumentos. A regra é a impessoalidade", afirmou.
A versão oficial divulgada pela PF para afastar Protógenes do comando da Satiagraha foi a de que o delegado deixaria o caso para participar do curso. A PF chegou a divulgar parte da gravação de uma reunião em que o delegado teria, supostamente, pedido o seu afastamento da operação. Posteriormente, porém, a íntegra da fita mostrou que Protógenes foi afastado pelos superiores da investigação por suspeitas de má condução da Satiagraha.
O delegado protocolou representação no Ministério Público Federal para denunciar que foi forçado a deixar o caso. Além de supostamente vazar informações da operação, o delegado é acusado de utilizar indevidamente agentes na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) nas investigações.
As acusações provocaram uma crise entre Protógenes e a cúpula da PF. O delegado denunciou a existência de uma suposta articulação comandada pelo banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, para afastar o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara de Justiça Criminal de São Paulo, das investigações da Satiagraha. De Sanctis foi responsável por expedir os mandados de prisão do banqueiro, que acabou liberado por dois habeas corpus concedidos pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.
No período em que esteve no comando da operação, Protógenes indiciou o banqueiro e mais nove pessoas investigadas por gestão fraudulenta e formação de quadrilha. Após o afastamento de Protógenes, o delegado Ricardo Saadi assumiu o comando das investigações.
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Imagine aquela estatual que representa a justiça como ela realmente deveria sr. A balança que ela segura estaria pendendo para o lado em que a bandeja estaria cheia de ouro e a venda nos olhos é transparente. Esta é a justiça brasileira. Besta de quem acha que dinheiro não compra qualquer coisa.
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