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09/04/2003 - 06h02

Governo Lula tem aprovação inicial de 43%, diz Datafolha

PLÍNIO FRAGA
da Folha de S.Paulo

Luiz Inácio Lula da Silva chega aos cem dias no poder com avaliação positiva de 43%, sendo um dos presidentes mais bem avaliado nesse período de governo desde o início da década de 90, revela pesquisa Datafolha.

O levantamento mostra que o presidente obteve sucesso na estratégia de elevar a prioridade e o apoio ao combate à fome e à miséria e continua detentor de elevadíssima expectativa de boa administração até o fim de seu mandato, mas o país está dividido se, em três meses, fez o que prometeu.

O Datafolha mostra que 43% avaliam a administração de Lula até aqui como ótima ou boa. O petista sai-se melhor do que o tucano Fernando Henrique Cardoso -39% de menções positivas na avaliação dos três primeiros meses de seu primeiro mandato.

Para 40% dos entrevistados, o governo Lula é regular, e para 10%, é ruim ou péssimo. No início do primeiro mandato, FHC obteve os mesmos 40% como regular e 16% como ruim ou péssimo.

Estatisticamente as amostras do Datafolha só permitem comparação com pesquisas produzidas a partir de 1990, quando Fernando Collor era o presidente. Em seus primeiros três meses de mandato, Collor tinha 36% de ótimo ou bom, 43% de regular e 19% de ruim ou péssimo.

A pesquisa ouviu 5.729 pessoas em 229 municípios entre os dias 31 de março e 1º de abril deste ano. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Pagador de promessas?

Na pesquisa, realizada nos dias 31 de março e 1º de abril, com 5.729 entrevistas em 229 municípios de todas as unidades da Federação, Lula mantém 76% de expectativa de vir a realizar uma administração ótima ou boa. É o mesmo percentual que obtinha antes da posse no cargo.

Mas 45% dos entrevistados afirmam que, em três meses, Lula fez menos do que o esperado. Para 34%, o presidente cumpriu suas expectativas e para 12% fez mais do que era esperado.

Somando-se essas duas últimas opções, a pesquisa mostra que o país está dividido entre os que acham que o presidente não está cumprindo suas promessas (45%) e aqueles que acreditam que as está realizando (46%).

Hoje, segundo a pesquisa, 36% da população acredita que Lula cumprirá ao menos parte de suas promessas no segundo ano de governo. Dos entrevistados, 21% dizem que será somente no quarto ano de governo; 20% dão prazo até o terceiro ano; e 17% esperam algo já para o primeiro ano.

No entanto, 64% dizem que, ao fim do mandato, o presidente só terá cumprido parte das promessas. Para 29%, terá cumprido a maioria delas e para 5% nenhuma promessa será concretizada.

Os jovens são os que mais bem avaliam o início da administração Lula, com 47% classificando-a como ótima ou boa. Os mais velhos (acima de 60 anos) são os mais críticos, com 14% reprovando a gestão do presidente.

Os mais ricos vêem o governo com menor entusiasmo, com a taxa de ótimo ou bom atingindo 36%, o mais baixo patamar em todos os estratos. Entre os que recebem de R$ 1.201 a R$ 2.400 (faixa de cinco a dez salários mínimos, conforme o valor recém-reajustado), Lula obtém sua melhor taxa de ótimo/bom, 46%.

A região Sul é a que mais apóia o petista, com 49% dos entrevistados aprovando sua atuação.

O Rio reforça a percepção histórica de Estado oposicionista, registrando o menor índice de ótimo ou bom (37%), seis pontos percentuais a menos do que a média nacional.

Em São Paulo, 42% dizem ser o governo ótimo ou bom, 41% o apontam como regular, e 9%, como ruim ou péssimo. Em Minas Gerais, as taxas são 44% (ótimo ou bom), 38% (regular) e 10% (ruim ou péssimo). Somente nesses três Estados o número de entrevistas realizadas pelo Datafolha permite a obtenção em separado da avaliação do governo.

Desde o seu primeiro pronunciamento como eleito, em 29 de outubro de 2002, Lula afirmou que tentaria colocar em sua gestão "o selo do combate à fome". Criou um ministério com essa tarefa, anunciou a execução de medidas controversas para a segurança alimentar e lançou recentemente uma campanha publicitária em torno do tema.

Lula conseguiu alterar a agenda nacional nesse ponto. Os brasileiros seguem apontando o desemprego, como o fazem há pelo menos sete anos, como o principal problema do país. Essa foi a avaliação de 31% dos entrevistados -uma redução de três pontos na comparação com dezembro de 2002.

A novidade é que cresceu sete pontos o percentual daqueles que dizem que a fome ou a miséria são o principal problema do país. Saltou de 15% para 22% dos entrevistados, o que faz da fome o segundo maior problema.

A preocupação com a violência ou a segurança pública também cresceu, mas em percentual menor. Dos entrevistados, 14% apontaram esse como o maior problema em dezembro, e 18% o fizeram agora.

Os paulistas temem mais o desemprego: no Estado a menção atinge 36%. Já os fluminenses, que vivem crise crônica de violência, apontam como o maior problema a insegurança, 30%.
 

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