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10/04/2003 - 07h11

Governo vai ter campanha para divulgar as reformas

KENNEDY ALENCAR
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O governo prepara uma grande campanha de comunicação para tentar obter o apoio da opinião pública e do Congresso a favor da reformas previdenciária e tributária. A prioridade será a previdenciária, numa espécie de contra-ataque às propagandas, já em veiculação na mídia, de sindicatos do funcionalismo público contrários a pontos da mudança.

Na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a grande batalha de comunicação neste ano será a reforma previdenciária. Ele espera fogo cerrado de sua base social, especialmente dos radicais do PT e dos servidores públicos.

A campanha será baseada em pesquisa do governo, obtida pela Folha, na qual 77% dos entrevistados dizem que as regras de aposentadoria deveriam ser iguais para trabalhadores dos setores privado e público. Apenas 15% defendem regras diferentes.

Um obstáculo: só 38% dos entrevistados já ouviram falar da reforma da Previdência. Daí a campanha para ganhar a população.

Para o governo, o cidadão comum será favorável à reforma, mas precisará ser informado de que ela imporá sacrifícios ao funcionalismo público, e não ao trabalhador privado."Ou a gente explica direito, ou pode perder a batalha política", tem dito Ricardo Berzoini (Previdência).

Depois de ter criado a campanha do Fome Zero, o publicitário Duda Mendonça foi procurado pelo ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo e Gestão Estratégica) para dar a linha da campanha previdenciária. A execução ficará a cargo da Propeg, agência que atende o Ministério do Planejamento. Enquanto a Secretaria de Comunicação de Governo, a dona da campanha, não tiver agência que a atenda, ela deve recorrer ao Planejamento.

Duda, que foi o marqueteiro da campanha de Lula, tem feito trabalhos de graça para o governo. Como contratado do PT nacional, também dá consultoria ao presidente do partido, José Genoino.

Lula e Berzoini, que discutiram ontem a linha da campanha, acham que boa parte do desgaste de imagem de FHC se deveu aos ataques à reforma previdenciária do governo anterior. FHC ficou com a fama de "inimigo dos velhinhos aposentados".

O primeiro objetivo da campanha será dizer que os trabalhadores do setor privado não serão afetados negativamente, mas positivamente. Exemplo: o governo já encampou a idéia de passar o teto da aposentadoria do setor privado para R$ 2.400.

A campanha deverá começar assim que as reformas forem enviadas logo ao Congresso, o que acontecerá após reunião de Lula com os 27 governadores, prevista para o próximo dia 16.
 

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