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27/04/2003 - 20h04

Resistência às reformas cresce no primeiro escalão do governo

RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

Depois de os deputados e senadores da ala radical do PT terem afirmado que não votarão a favor da cobrança de 11% para quem recebe aposentadoria superior a R$ 1.058,00, chegou a vez de integrantes da ala mais próxima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrarem descontentamento.

O líder do PT na Câmara, Nelson Pellegrino (BA) já disse não gostar da idéia de cobrar dos aposentados e até o presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP), declarou nesta semana que não seria viável aprovar a taxação junto com a reforma previdenciária.

Na última sexta-feira, foi a vez do PDT fechar questão contra a reforma da Previdência. A Executiva nacional do partido se reuniu no Rio de Janeiro e decidiu fechar questão contra a proposta e também contra a reforma trabalhista e a eventual autonomia do Banco Central.

Além do PDT, em outros partidos da base, como o PC do B, o PSB e o PPS existem fortes resistências contra a taxação dos inativos. Em um documento com as propostas do partido para a reforma previdenciária, o PC do B deixou claro que defende a manutenção das regras atuais, inclusive a aposentadoria integral, e se posicionou mais uma vez contra mudanças nas regras de transição dos servidores e o PLP (projeto de lei complementar) nº 9, que cria a previdência complementar para o funcionalismo público.

No PMDB, apesar de a direção nacional do partido já ter afirmado que seus deputados e senadores apoiarão as reformas, também há resistências. Vários congressistas peemedebistas se dizem da oposição.

A dubiedade de opinião levou o presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP), a convocar para o próximo dia 14 de maio uma reunião conjunta do Conselho Nacional do PMDB e da bancada do partido, para fechar posição quanto às reformas.

Reforma tributária

Não é só a reforma da Previdência que terá uma tramitação difícil. A tributária também tem enfrentado resistências. No entanto, a divisão entre quem apóia a proposta e quem é contra não é partidária, é regional.

Deputados da base aliada e da oposição que integram as bancadas dos Estados mais pobres, principalmente do Norte, do Centro-Oeste e do Nordeste prometem lutar para aprovar a fixação da cobrança da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no destino.

Do outro lado, congressistas de Estados como São Paulo, querem deixar a legislação com está hoje. O ICMS cobrado na origem.

O governo também deverá enfrentar problemas com a bancada ruralista no Congresso, que é contrária à intenção de alterar o ITR (Imposto Territorial Rural). A idéia, que surgiu há alguns dias durante uma reunião no Palácio do Planalto, é elevar a alíquota do ITR, imposto que arrecada atualmente R$ 250 milhões anuais, e dividir a receita entre Estados (40%) e municípios (60%).

O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), um das principais lideranças dos ruralistas no Congresso, disse que a idéia não é correta porque prejudicará os agricultores.

Segundo ele, os 175 deputados e 17 senadores ruralistas estariam insatisfeitos com a possibilidade de elevação do ITR.

A intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é aprovar as reformas da Previdência e Tributária ainda no primeiro semestre. Pelo jeito, com tantos problemas, este prazo terá que ser esiticado.
 

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