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05/05/2003
-
06h15
O general Francisco Roberto de Albuquerque, 65, defende, como ações estratégicas contra o crime organizado, não a colocação de tropas na rua, mas "a intensificação do combate à lavagem do dinheiro, o aperfeiçoamento dos sistemas de inteligência, o endurecimento da legislação prisional e medidas sociais" de impacto na saúde e na educação. Ele foi escolhido por Lula para assumir o Comando do Exército pelo critério da antiguidade entre os militares.
Ex-chefe do Comando Militar do Sudeste, Albuquerque trabalhou no governo José Sarney (1985-1990) diretamente com o então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, dos primeiros apoiadores de Lula entre os militares no ano passado. Ele respondeu por escrito a questões propostas pela Folha.
Folha - Por que o Exército quer ver "aliviada" a solicitação de suas tropas na segurança pública?
Francisco Roberto de Albuquerque - O Exército continua apto e pronto a prosseguir cooperando com os organismos policiais, federais e estaduais, em cumprimento às diretrizes do presidente da República, com mais vocação no apoio logístico e nas ações integradas de inteligência, de modo a recuperar e manter um nível de segurança pública que garanta tranquilidade à população.
Agora é aconselhável que sejam desencadeadas ações enérgicas em dois níveis. No nível operacional, o fortalecimento das polícias, nas esferas federal e estadual.
No nível estratégico, de envergadura e alcance maiores, incluem-se medidas que se encontram no Congresso, visando aperfeiçoamentos legais, capazes de conferir maior eficácia aos aparatos preventivos e repressivos.
Ainda no rol das ações estratégicas, poderíamos incluir a intensificação do combate à lavagem do dinheiro, o aperfeiçoamento dos sistemas de inteligência, com o apoio de modernos meios computacionais, o endurecimento da legislação prisional, e, por último e de grande importância, medidas sociais, com impacto nos índices de educação, saúde pública, habitação, saneamento e emprego, as quais vêm sendo priorizadas pelo atual governo com destaque especial para o Programa Fome Zero.
Folha - Por que o sr. prevê "o aumento de contenciosos" envolvendo o Brasil?
Albuquerque - É natural que, diante do promissor crescimento econômico e da inegável expressão geopolítica do país, ocupemos uma posição de relevo no cenário mundial. Assim sendo, o governo brasileiro terá de se pronunciar, por vezes em desacordo a interesses de outras nações, nos campos político e econômico, enfrentando consequentes pressões.
Folha - Por que o sr. prioriza as relações do Exército brasileiro com Estados Unidos e Espanha, além dos demais países do continente?
Albuquerque - Essa é uma tendência natural, que vai além do projeto político. No Mercosul, especificamente no campo militar, já temos realizado, com pleno êxito, alguns exercícios conjuntos, com ênfase no treinamento de estados-maiores e de tropas para participação em operações de paz, sob a égide da ONU.
Folha - O que são os "preconceitos estereotipados" contra o Exército e os "interesses políticos conflitantes" por parte das elites a que o sr. se refere na Diretriz de 2003?
Albuquerque - A atuação do Exército ainda é, de maneira geral, pouco conhecida. Isso se deve, em parte, à discrição dos próprios militares, que não fazem alarde de suas realizações e, por outro lado, ao período de paz prolongado que atravessamos, altamente desejável, mas que pode levar alguns desavisados a questionar a importância de nossa presença.
General quer lei prisional mais dura
da Folha de S.PauloO general Francisco Roberto de Albuquerque, 65, defende, como ações estratégicas contra o crime organizado, não a colocação de tropas na rua, mas "a intensificação do combate à lavagem do dinheiro, o aperfeiçoamento dos sistemas de inteligência, o endurecimento da legislação prisional e medidas sociais" de impacto na saúde e na educação. Ele foi escolhido por Lula para assumir o Comando do Exército pelo critério da antiguidade entre os militares.
Ex-chefe do Comando Militar do Sudeste, Albuquerque trabalhou no governo José Sarney (1985-1990) diretamente com o então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, dos primeiros apoiadores de Lula entre os militares no ano passado. Ele respondeu por escrito a questões propostas pela Folha.
Folha - Por que o Exército quer ver "aliviada" a solicitação de suas tropas na segurança pública?
Francisco Roberto de Albuquerque - O Exército continua apto e pronto a prosseguir cooperando com os organismos policiais, federais e estaduais, em cumprimento às diretrizes do presidente da República, com mais vocação no apoio logístico e nas ações integradas de inteligência, de modo a recuperar e manter um nível de segurança pública que garanta tranquilidade à população.
Agora é aconselhável que sejam desencadeadas ações enérgicas em dois níveis. No nível operacional, o fortalecimento das polícias, nas esferas federal e estadual.
No nível estratégico, de envergadura e alcance maiores, incluem-se medidas que se encontram no Congresso, visando aperfeiçoamentos legais, capazes de conferir maior eficácia aos aparatos preventivos e repressivos.
Ainda no rol das ações estratégicas, poderíamos incluir a intensificação do combate à lavagem do dinheiro, o aperfeiçoamento dos sistemas de inteligência, com o apoio de modernos meios computacionais, o endurecimento da legislação prisional, e, por último e de grande importância, medidas sociais, com impacto nos índices de educação, saúde pública, habitação, saneamento e emprego, as quais vêm sendo priorizadas pelo atual governo com destaque especial para o Programa Fome Zero.
Folha - Por que o sr. prevê "o aumento de contenciosos" envolvendo o Brasil?
Albuquerque - É natural que, diante do promissor crescimento econômico e da inegável expressão geopolítica do país, ocupemos uma posição de relevo no cenário mundial. Assim sendo, o governo brasileiro terá de se pronunciar, por vezes em desacordo a interesses de outras nações, nos campos político e econômico, enfrentando consequentes pressões.
Folha - Por que o sr. prioriza as relações do Exército brasileiro com Estados Unidos e Espanha, além dos demais países do continente?
Albuquerque - Essa é uma tendência natural, que vai além do projeto político. No Mercosul, especificamente no campo militar, já temos realizado, com pleno êxito, alguns exercícios conjuntos, com ênfase no treinamento de estados-maiores e de tropas para participação em operações de paz, sob a égide da ONU.
Folha - O que são os "preconceitos estereotipados" contra o Exército e os "interesses políticos conflitantes" por parte das elites a que o sr. se refere na Diretriz de 2003?
Albuquerque - A atuação do Exército ainda é, de maneira geral, pouco conhecida. Isso se deve, em parte, à discrição dos próprios militares, que não fazem alarde de suas realizações e, por outro lado, ao período de paz prolongado que atravessamos, altamente desejável, mas que pode levar alguns desavisados a questionar a importância de nossa presença.
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