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12/01/2009 - 12h31

Novos deputados que respondem a processos serão julgados pelo Supremo

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MÁRCIO FALCÃO
colaboração para a Folha Online, em Brasília

Três novos deputados que tomaram posse no lugar de congressistas que deixaram o mandato para comandar uma prefeitura ganharam de uma única vez dois benefícios. Além de um salário de R$ 16,5 mil sem realizar nenhuma atividade neste mês por causa do recesso, estes novos parlamentares terão seus processos levados para o STF (Supremo Tribunal Federal).

O histórico da Suprema Corte no julgamento de políticos é que anima os parlamentares investigados. Ao todo, o STF tem 288 inquéritos contra deputados e senadores. Em 94 casos, os ministros e o procurador-geral da República encontraram elementos para transformar 42 deputados e seis senadores em réus, mas, até hoje, nenhum congressista foi condenado pelos ministros.

A demora do STF em analisar os casos pode beneficiar os deputados Jairo Vieira (DEM-MG), Geraldo Filho (DEM-SP), conhecido como Bispo Gê, e João Hermann (PDT-SP). Vieira terá nove processos analisados pelo Supremo. O democrata responde a ações na Justiça do Estado, casos que variam de improbidade administrativa a crimes de responsabilidade de prefeitos.

Bispo Gê, ligado ao comando da igreja Renascer, responde a inquérito por acusação de ter contratado parentes de Sônia e Estevam Hernandes, fundadores Igreja Renascer, como funcionários fantasmas. Hermann, que já foi deputado por cinco vezes, tem processos que correm na Justiça há anos devido a problemas tributários de empresa.

Na Câmara, os deputados não vão sofrer nenhuma investigação. O corregedor, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), afirmou que, como as denúncias envolvem situações que ocorreram antes da posse, a Câmara não tem respaldo regimental para investigar. "O entendimento é de que a Corregedoria só pode investigar situações que envolvam a ética e decoro do parlamentar ao longo do mandato", disse Inocêncio.

Gaveta

Apesar de se isentar em relação a estes casos, a Corregedoria da Câmara ainda tem uma série de pendências de 2008 para resolver. Ao que tudo indica, Inocêncio vai deixar para o sucessor definir o futuro político dos cincos deputados que foram denunciados à Corregedoria.

Inocêncio prorrogou o prazo de investigação das denúncias até 30 de janeiro, mas argumenta que ainda aguarda documentação do STF (Supremo Tribunal Federal) e da Polícia Federal para fechar um parecer. Pelo regimento interno da Casa, um processo no Conselho de Ética por quebra de decoro só é aberto se um parecer elaborado pela Corregedoria recomendar e receber o aval da Mesa Diretora.

Aguardam uma definição do órgão os deputados: Barbosa Neto (PDT-PR), João Magalhães (PMDB-MG), Ademir Camilo (PDT-MG), Dr. Talmir (PV-SP) e Leonardo Vilela (PSDB-GO).

O processo que mais avançou na Corregedoria é o de Barbosa Neto. Ele é acusado por seu ex-assessor Luciano Lopes de embolsar parte do salário dos funcionários de seu gabinete. Uma gravação embasaria a denúncia.

Neste caso, a explicação é de que o deputado ainda não foi encontrado para ser notificado da apuração. Um parecer sobre o caso foi concluído pela consultoria do órgão e está pronto para a análise de Oliveira.

Outro caso que chama a atenção envolve os deputados João Magalhães e Ademir Camilo, flagrados na Operação João de Barro, da Polícia Federal --esquema de desvio de recursos em licitações de obras públicas que chegam a R$ 700 milhões. A explicação da Corregedoria é de que os relatores do caso, os deputados Nelson Trad (PMDB-MS) e Iriny Lopes (PT-ES), só começaram a trabalhar no final do mês passado e ainda não contam com material consistente para fechar o parecer.

O corregedor nega que exista um movimento corporativista para prolongar as análises dos casos. "Não posso formar um parecer a partir da cópia de um documento. Nós estamos mexendo com um mandato de um parlamentar, então, precisamos fazer tudo corretamente, embasado em uma fonte oficial. Não vou atropelar nenhuma parte do processo para depois termos nossos atos passíveis de questionamentos", afirmou Oliveira.

Comentários dos leitores
sérgio dourado (371) 02/02/2010 20h35
sérgio dourado (371) 02/02/2010 20h35
Mais uma vez se nota o papel do Estado brasileiro:onerar o povo com maiores impostos e prover os ricos com maiores salários..Ora,gosto de argumentar com fatos,e gostaria de saber em quanto o salário do povo em geral,em sua grande maioria,que é o salário mínimo,está defasado em relação ao que prega a Constituição e o que afirma o IPEA com seus dados alarmantes sobre a altíssima e "injusta" carga tributária brasileira:onde os ricos pagam menos impostos que os pobres.Agora estarão corretos os excelentíssimos ministros da Suprema Corte em exigiram uma correção do salário (em torno de 14%) maior que a própria inflação,enquanto o que prega a própria Constituição sobre a condição do salário mínimo servir à condições básicas que não dão nem pro começo de conversa?Onde está o sentimento de Justiça aí,onde o fosso entre ricos e pobres só aumenta?O roll que o Brasil pretende entrar,de país desenvolvido,está muito distante das atuais condições de mínima "equiparação salarial".Não defendo salários mais baixos para os ministros,mas salários mais justos para os mais pobres,e que pagam mais impostos sobre consumo básico do que os ricos em relação aos seus luxos e sua renda.Como ainda o "efeito cascata",é de se inimaginar o aumento do gasto do poder público com pagamento de pensão e penduricalhos para seus "altos" funcionários e outros que mamam nessa teta gorda..Pra que Lula?Precisamos é do povo gritar e se fazer escutar.Não com violência,ao contrário:com apelação às leis,queremos justiça... sem opinião
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Nivaldo Lacerda (113) 02/02/2010 17h26
Nivaldo Lacerda (113) 02/02/2010 17h26
Usando Martin Luther King
"Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Um pais que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. "Meu Brasil, doce terra de liberdade, eu te canto.Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"E se o Brasil é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.E assim ouvirei o sino da liberdade em Brasilia e em todos os rincoes .E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia"
"Livre afinal, livre afinal.
SERA QUE ISSO VAI ACONTECER? SEM UMA GRANDE PARTICIPACAO DA POPULACAO? ACABANDO COM O DOMINIO DE CORONEIS E CARTEIS?
DA PRA PENSAR NISTO? NESTE MOMENTO E PURA UTOPIA.
sem opinião
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Rui Ruz Caputi Caputi (1958) 28/01/2010 14h22
Rui Ruz Caputi Caputi (1958) 28/01/2010 14h22
A CNJ dá um bom e didático exemplo para todos.
Quisera, todas as demais instituições publicas ou privadas seguissem seu padrão elevado.
2 opiniões
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