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12/05/2003
-
18h04
da Folha Online
Após uma reunião que durou o dia todo, em São Paulo, a Executiva Nacional do PT decidiu --por 13 votos a 7-- instalar uma comissão de ética para analisar as ações dos deputados João Batista Araújo, o Babá (PA), e Luciana Genro (RS) e da senadora Heloísa Helena (AL).
A comissão tem de 30 a 60 dias para formular um relatório, que pode decidir pela expulsão dos congressistas. A representação encaminhada é assinada pelo secretário de Organização do PT, Silvio Pereira.
O presidente nacional da legenda, José Genoino, disse que a decisão contra a chamada ala radical não está relacionada às declarações dos radicais, mas às ações públicas de protesto que protagonizaram recentemente.
"O PT é a coluna vertebral de sustentação do governo Lula. Não há como separar o PT do governo Lula. Não podemmos deixar que esses problemas cheguem ao governo. Eles [radicais] não assumiram o compromisso de votar com o partido", afirmou Genoino.
O presidente do PT justificou a punição a Luciana Genro e Babá pelas manifestações promovidas contra o texto da reforma da Previdência. Babá engrossou um protesto de servidores no dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi entregar as propostas ao Congresso.
Luciana Genro é acusada pela cúpula petista de incitar os servidores contra o governo na Câmara federal. Em relação a Heloísa Helena, a crítica deve-se ao acordo firmado com o presidente do PDT, Leonel Brizola, para ir à Justiça contra as propagandas do governo.
Radicais
Contrariados com a decisão, os três afirmaram que vão recorrer ao Diretório Nacional. Na comissão, eles têm dez dias para apresentar uma defesa.
Eles criticaram a decisão, mas afirmaram que vão manter a postura de oposição às propostas de reformas enviadas pelo Executivo para aprovação no Congresso.
"Vamos recorrer às bases, vamos insistir, porque a direção tem que entender que é preciso dar espaço para aqueles que não mudaram de opinião", disse a gaúcha Luciana Genro, filha do ministro Tarso Genro (Desenvolvimento Econômico e Social).
"É um delito de opinião. É lamentável que sejam pinçados dois deputados e uma senadora, sendo que outros já se manifestaram contra e disseram que não votam a favor da proposta de governo", completou ela, referindo-se a outros críticos das propostas do governo, como o senador Paulo Paim (RS) e o deputado Lindeberg Farias (RJ).
"Estamos defendendo propostas que no passado defenderam Genoino, Lula e Dirceu [José, ministro da Casa Civil]", declarou Babá, que aponta como "saída" para a divergência "uma mobilização dos servidores para barrar a reforma previdenciária".
Abatida, a senadora Heloísa Helena disse estar constrangida e ratificou que não recuará. "Dediquei minha vida para construir esse partido e não vou aceitar que alguns delinquentes sejam acariciados e nós, expulsos. Se querem instalar o tribunal do Santo Ofício, não pensem que eu vou me curvar diante dele."
PT decide abrir processo contra radicais
SILVIO NAVARROda Folha Online
Após uma reunião que durou o dia todo, em São Paulo, a Executiva Nacional do PT decidiu --por 13 votos a 7-- instalar uma comissão de ética para analisar as ações dos deputados João Batista Araújo, o Babá (PA), e Luciana Genro (RS) e da senadora Heloísa Helena (AL).
A comissão tem de 30 a 60 dias para formular um relatório, que pode decidir pela expulsão dos congressistas. A representação encaminhada é assinada pelo secretário de Organização do PT, Silvio Pereira.
O presidente nacional da legenda, José Genoino, disse que a decisão contra a chamada ala radical não está relacionada às declarações dos radicais, mas às ações públicas de protesto que protagonizaram recentemente.
"O PT é a coluna vertebral de sustentação do governo Lula. Não há como separar o PT do governo Lula. Não podemmos deixar que esses problemas cheguem ao governo. Eles [radicais] não assumiram o compromisso de votar com o partido", afirmou Genoino.
O presidente do PT justificou a punição a Luciana Genro e Babá pelas manifestações promovidas contra o texto da reforma da Previdência. Babá engrossou um protesto de servidores no dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi entregar as propostas ao Congresso.
Luciana Genro é acusada pela cúpula petista de incitar os servidores contra o governo na Câmara federal. Em relação a Heloísa Helena, a crítica deve-se ao acordo firmado com o presidente do PDT, Leonel Brizola, para ir à Justiça contra as propagandas do governo.
Radicais
Contrariados com a decisão, os três afirmaram que vão recorrer ao Diretório Nacional. Na comissão, eles têm dez dias para apresentar uma defesa.
Eles criticaram a decisão, mas afirmaram que vão manter a postura de oposição às propostas de reformas enviadas pelo Executivo para aprovação no Congresso.
"Vamos recorrer às bases, vamos insistir, porque a direção tem que entender que é preciso dar espaço para aqueles que não mudaram de opinião", disse a gaúcha Luciana Genro, filha do ministro Tarso Genro (Desenvolvimento Econômico e Social).
"É um delito de opinião. É lamentável que sejam pinçados dois deputados e uma senadora, sendo que outros já se manifestaram contra e disseram que não votam a favor da proposta de governo", completou ela, referindo-se a outros críticos das propostas do governo, como o senador Paulo Paim (RS) e o deputado Lindeberg Farias (RJ).
"Estamos defendendo propostas que no passado defenderam Genoino, Lula e Dirceu [José, ministro da Casa Civil]", declarou Babá, que aponta como "saída" para a divergência "uma mobilização dos servidores para barrar a reforma previdenciária".
Abatida, a senadora Heloísa Helena disse estar constrangida e ratificou que não recuará. "Dediquei minha vida para construir esse partido e não vou aceitar que alguns delinquentes sejam acariciados e nós, expulsos. Se querem instalar o tribunal do Santo Ofício, não pensem que eu vou me curvar diante dele."
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