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29/05/2003 - 14h39

Senado decide engavetar pedido de CPI do Banestado

FELIPE FREIRE
da Folha Online, em Brasília

O Senado decidiu hoje, após reunião de líderes partidários, engavetar o pedido de CPI do Banestado, apresentado pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).

O caso do envio de US$ 30 bilhões remetidos irregularmente pelas contas CC5, usadas para envio de recursos para contas em outros países, continuará sob responsabilidade do Ministério da Justiça, do Ministério Público e da Controladoria-Geral da União.

A proposta de evitar a CPI, de acordo com Jefferson Perez (PDT-AM) e José Sarney (PMDB-AP), foi do líder do governo no Senado, AloizioMercadante (PT-SP), que estaria preocupado em não atrasar a aprovação de projetos de interesse do governo.

Sarney classificou a decisão como política. "Ele [Mercadante] etava autorizado a fazer isso e deve ter conversado com o governo nesse sentido", disse.

Em entrevista à Folha Online, o senador petista negou de forma veemente a autoria do pedido de adiamento da CPI. "Não há nenhuma procedência nisso. A proposta tem a autoria de todos os líderes. Todas as lideranças mostraram confiança nas investigações do governo", disse Mercadante.

Apesar disso, o líder do PT no Senado, Tião Viana (PT-AC), admitiu ontem que a CPI não interessava ao governo. Isso porque uma investigação polêmica no Congresso Nacional poderia atrapalhar a tramitação das reformas tributária e Previdenciária quando chegassem a Casa.

Mercadante reafirmou que não há "interesse" na instalação de uma CPI, mas disse que não existe objeção por parte do governo à investigação no Senado. "Temos uma pauta econômica extremamente exigente e a prioridade deveria ser a análise das reformas", afirmou. "Essa avaliação foi consensual entre os líderes", disse.

O líder do governo argumentou também que o PT não poderia ser o autor da
proposta de CPI, porque isso poderia parecer, ao PSDB, uma ação política
contra o governo passado, época em que o escândalo do Banestado aconteceu.

De acordo com Mercadante, se o pedido de investigação no Senado fosse de
autoria do partido, os parlamentares do PSDB, base do governo Fernando
Henrique Cardoso, poderiam retaliar o governo atual. "Essa CPI diz respeito ao governo anterior, não ao nosso", disse o senador petista.

O documento pela postergação de uma possível CPI e de apoio às investigações do governo está assinado por todas as lideranças da Casa. Na nota, os senadores dizem que, "diante do compromisso do governo de aprofundar e concluir, de forma rigorosa, as investigações", postergam a instalação de CPI.

Peres, que defendia a instalação de CPI, também assinou o documento pelo
adiamento da CPI e mostrou-se confiante nas investigações do governo. Ele disse esperar que em três meses as investigações oficiais sobre o caso estejam concluídas.
 

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