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24/06/2003 - 07h04

Acusado por parceiro de Arcanjo, Dante deve fazer hoje sua defesa

da Folha de S.Paulo, em Brasília

O ex-governador Dante de Oliveira (PSDB-MT) deve manifestar-se hoje sobre o depoimento que apontou suposto vínculo entre a contabilidade de suas campanhas políticas e uma empresa de factoring de João Arcanjo Ribeiro, chefe de uma das maiores quadrilhas do país, preso em Montevidéu desde abril.

Em encontro que entrou pela noite de ontem, Dante discutia com seus advogados os termos do depoimento prestado à Justiça por Nilson Roberto Teixeira. Trata-se de um dos principais executivos do "staff" financeiro de Arcanjo Ribeiro.

Ele disse à Justiça que a Confiança Factoring, empresa do grupo de Arcanjo Ribeiro, teria repassado recursos para campanhas eleitorais de Dante, conforme noticiou ontem a Folha. Para cobrir os repasses, a firma recebeu, na gestão de Dante, 27 cheques de uma repartição pública do governo de Mato Grosso, o DVOP (Departamento de Viação e Obras Públicas).

O Ministério Público anexou ao processo que corre na 1ª Vara Federal de Mato Grosso dados de um relatório do Banco Central. Rastrearam-se os depósitos do DVOP para a Confiança. Somam R$ 1.723.600,00.

A reportagem da Folha vem tentando um contato com Dante de Oliveira desde domingo. Deixaram-se sete recados no domingo, considerando-se os números de Dante e de seus assessores.

Ontem, a pedido do ex-governador, sua assessoria de imprensa informou ao jornal o seguinte:

1) no domingo, o governador encontrava-se em local não coberto por antenas de telefonia celular. Pescava no Pantanal mato-grossense. Retornou a Cuiabá na noite de domingo, após as 23h;

2) só na manhã de ontem tomou conhecimento do depoimento do auxiliar de Arcanjo;

3) reunido com sua assessoria jurídica, analisava ontem os termos do depoimento. A análise fundamentará a resposta;

4) Dante ainda não decidiu se seu pronunciamento virá na forma de uma nota oficial ou de uma entrevista. O mais provável é que se manifeste hoje mesmo.

Nilson Roberto Teixeira fugia da polícia desde 5 de abril, quando sua prisão foi decretada. No último sábado, entregou-se à Polícia Federal. Fez um acordo com a Justiça, tornando-se "réu-colaborador". Falou a um juiz e três procuradores da República em troca de proteção e da promessa de redução de pena. Após o depoimento, foi levado pela PF para outro Estado, mantido sob sigilo.
 

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