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30/06/2003 - 06h00

Maioria é contra a taxação dos inativos, diz pesquisa Datafolha

PLÍNIO FRAGA
da Folha de S. Paulo

Pesquisa Datafolha mostra que a maioria da população rejeita a proposta mais polêmica da reforma da Previdência, a cobrança de contribuição dos servidores públicos inativos.

A maioria também se opõe ao aumento da idade mínima para aposentadoria no setor público, mas apóia a criação de um teto único para os benefícios, válido tanto para o setor privado quanto para o público.

Dos entrevistados, 51% afirmam ser contra a contribuição dos servidores na parcela do benefício que exceder R$ 1.058, como estabelece a proposta de emenda constitucional 40, em tramitação no Congresso Nacional.

Disseram-se a favor da contribuição dos inativos 40% dos ouvidos pelo Datafolha.

A rejeição à taxação é maior entre os mais ricos, atingindo 58%. Entre os mais escolarizados e entre os entrevistados que se disseram servidores públicos, a rejeição chega a 57% _seis pontos a mais do que a média geral.

O segmento mais favorável à cobrança é o dos que recebem de R$ 1.200 a R$ 2.400, estrato no qual 43% aprovam sua criação.

Maioria apóia teto

A criação de um teto que limita os benefícios tanto do setor privado quanto do público tem o apoio de 61% dos entrevistados. São contrários ao teto 27% dos ouvidos.

A proposta do governo Luiz Inácio Lula da Silva prevê a ampliação do teto de benefícios do setor privado de R$ 1.869,34 para R$ 2.400.

O trabalhador que ganha acima do teto atual contribuirá com valor maior, mas poderá se aposentar com um benefício maior.

No caso do setor público, atualmente o servidor tem um aumento da renda líquida de seu último salário quando se aposenta, porque deixa de pagar a contribuição previdenciária de 11%. Se aprovada a emenda do governo, o benefício não poderá superar o teto de R$ 2.400 e será cobrada a contribuição de 11% da parcela que exceder R$ 1.058.

Idade mínima é rejeitada

Outra proposta do governo rejeitada pelos entrevistados é a ampliação da idade mínima para a aposentadoria. No projeto no Congresso, o governo propõe a elevação de 48 anos para 55 no caso das mulheres e de 53 para 60 no caso dos homens.

O Datafolha mostra que 58% são contrários ao aumento da idade mínima e apenas 36% são favoráveis. Os maiores apoiadores dessa mudança são os mais ricos, estrato no qual o percentual favorável chega a 53% _17 pontos acima da média geral. Também entre os mais velhos a idéia é aprovada, atingindo 46% na faixa acima dos 60 anos e 43% no segmento de 45 a 59 anos.

Conhecimento

A pesquisa revela que mais da metade (51%) dos brasileiros tomou conhecimento das mudanças que o governo pretende fazer na Previdência.

Desses, 30% se dizem mais ou menos informados; 12%, mal informados; e 10%, bem informados.

Os funcionários públicos, os mais afetados pelas propostas de reforma da Previdência Social, têm uma taxa de conhecimento do tema 23 pontos percentuais acima da média.

Destes, 74% afirmaram ter sabido da reforma, mas apenas 25% se definem como bem informados; 39% se declararam mais ou menos informados; e 10%, mal informados.

A maioria dos entrevistados (68%) pelo Datafolha prefere a manutenção do atual sistema previdenciário, no qual todos os trabalhadores com registro em carteira e os servidores públicos contribuem para assegurar a aposentadoria de todos os brasileiros.

A opção, que tem o apoio de apenas 24%, seria a aplicação de parcela do salário em contas individuais que assegurariam o benefício especificamente da cada contribuinte, sem participação em um regime geral.

O Datafolha ouviu 2.630 pessoas, em 152 municípios de todas as unidades da Federação, nos dias 24 e 25 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
 

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