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06/07/2003
-
09h04
da Agência Folha, em Campo Grande
Relatório do Banco Central mostra que dois ex-secretários do ex-governador de Mato Grosso Dante de Oliveira (PSDB) receberam dinheiro da Confiança Factoring, do grupo empresarial do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro.
Preso no Uruguai no dia 10 de abril, Arcanjo, conhecido pelo apelido de "comendador", é acusado de chefiar uma facção do crime organizado no Brasil e de lavar dinheiro no Uruguai e nos Estados Unidos. Os dois ex-secretários apontados no relatório do BC são Hilário Mozer Neto (Segurança Pública) e Carlos Avalone Júnior (Indústria e Comércio).
Segundo o BC, Mozer Neto recebeu da Confiança Factoring R$ 240 mil em três partes (R$ 75 mil, R$ 85 mil e R$ 80 mil) pagas no mesmo dia, 15 de fevereiro de 2001, dois meses depois de deixar o governo. Avalone Júnior recebeu R$ 92 mil em 5 de janeiro de 1999, logo depois de voltar ao secretariado no segundo mandato de Dante. O tucano governou MT de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002.
No último dia 21, Nilson Roberto Teixeira, que gerenciava a Confiança Factoring, prestou depoimento na Justiça Federal em Cuiabá. Acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e de crimes contra a ordem tributária e o sistema financeiro, Teixeira estava foragido desde abril. Braço direito de Arcanjo, resolveu se entregar e colaborar nas investigações para reduzir a pena.
Ele disse que a Confiança Factoring recebeu dinheiro do governo e da Assembléia Legislativa de MT para financiar a campanha eleitoral de Dante e de deputados.
O relatório do BC aponta que a Confiança Factoring recebeu R$ 65.278.749,34 da Assembléia Legislativa e R$ 1.723.600 do DVOP (Departamento de Viação e Obras Públicas de Mato Grosso).
"O valor de R$ 92 mil do relatório BC [Banco Central] foi pago a Carlos Avalone Júnior a título do pagamento de campanha do ex-governador Dante", declarou Teixeira em seu depoimento.
O secretário Avalone Júnior foi encarregado de arrecadar dinheiro para a campanha eleitoral de Dante em 1998, quando ele foi reeleito governador pelo PSDB. Em 2002, Dante se candidatou a senador, mas não se elegeu.
Mozer Neto
Sobre os R$ 240 mil recebidos por Mozer Neto, Nilson Teixeira disse que era um "empréstimo pessoal" e que o valor teria sido quitado pelo ex-secretário. O executivo também afirmou que Mozer Neto "esteve na Confiança Factoring conversando com João Arcanjo Ribeiro".
O Ministério Público Federal investiga ainda uma suspeita de que Mozer Neto era sócio de Arcanjo numa empresa no Uruguai. A 1ª Vara Federal de Cuiabá (MT) deve receber documentação sobre a possível existência de sociedade entre Arcanjo e o ex-secretário.
Irmão
A Amper Construções Elétricas, que pertence ao empresário Armando de Oliveira, irmão do ex-governador, também recebeu dinheiro da Confiança Factoring, num total de R$ 2.036.868,22.
Os valores, segundo Teixeira, correspondem aos pagamentos pela compra das faturas feitas pela factoring.
Segundo o relatório do BC, a Confiança fez pagamentos de R$ 336.430.031,28 de janeiro de 1998 a fevereiro de 2003. No mesmo período, recebeu depósitos de R$ 395.111.059,03, incluindo neste volume os R$ 65,2 milhões da Assembléia Legislativa.
BC liga ex-secretários de Dante a Arcanjo
HUDSON CORRÊAda Agência Folha, em Campo Grande
Relatório do Banco Central mostra que dois ex-secretários do ex-governador de Mato Grosso Dante de Oliveira (PSDB) receberam dinheiro da Confiança Factoring, do grupo empresarial do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro.
Preso no Uruguai no dia 10 de abril, Arcanjo, conhecido pelo apelido de "comendador", é acusado de chefiar uma facção do crime organizado no Brasil e de lavar dinheiro no Uruguai e nos Estados Unidos. Os dois ex-secretários apontados no relatório do BC são Hilário Mozer Neto (Segurança Pública) e Carlos Avalone Júnior (Indústria e Comércio).
Segundo o BC, Mozer Neto recebeu da Confiança Factoring R$ 240 mil em três partes (R$ 75 mil, R$ 85 mil e R$ 80 mil) pagas no mesmo dia, 15 de fevereiro de 2001, dois meses depois de deixar o governo. Avalone Júnior recebeu R$ 92 mil em 5 de janeiro de 1999, logo depois de voltar ao secretariado no segundo mandato de Dante. O tucano governou MT de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002.
No último dia 21, Nilson Roberto Teixeira, que gerenciava a Confiança Factoring, prestou depoimento na Justiça Federal em Cuiabá. Acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e de crimes contra a ordem tributária e o sistema financeiro, Teixeira estava foragido desde abril. Braço direito de Arcanjo, resolveu se entregar e colaborar nas investigações para reduzir a pena.
Ele disse que a Confiança Factoring recebeu dinheiro do governo e da Assembléia Legislativa de MT para financiar a campanha eleitoral de Dante e de deputados.
O relatório do BC aponta que a Confiança Factoring recebeu R$ 65.278.749,34 da Assembléia Legislativa e R$ 1.723.600 do DVOP (Departamento de Viação e Obras Públicas de Mato Grosso).
"O valor de R$ 92 mil do relatório BC [Banco Central] foi pago a Carlos Avalone Júnior a título do pagamento de campanha do ex-governador Dante", declarou Teixeira em seu depoimento.
O secretário Avalone Júnior foi encarregado de arrecadar dinheiro para a campanha eleitoral de Dante em 1998, quando ele foi reeleito governador pelo PSDB. Em 2002, Dante se candidatou a senador, mas não se elegeu.
Mozer Neto
Sobre os R$ 240 mil recebidos por Mozer Neto, Nilson Teixeira disse que era um "empréstimo pessoal" e que o valor teria sido quitado pelo ex-secretário. O executivo também afirmou que Mozer Neto "esteve na Confiança Factoring conversando com João Arcanjo Ribeiro".
O Ministério Público Federal investiga ainda uma suspeita de que Mozer Neto era sócio de Arcanjo numa empresa no Uruguai. A 1ª Vara Federal de Cuiabá (MT) deve receber documentação sobre a possível existência de sociedade entre Arcanjo e o ex-secretário.
Irmão
A Amper Construções Elétricas, que pertence ao empresário Armando de Oliveira, irmão do ex-governador, também recebeu dinheiro da Confiança Factoring, num total de R$ 2.036.868,22.
Os valores, segundo Teixeira, correspondem aos pagamentos pela compra das faturas feitas pela factoring.
Segundo o relatório do BC, a Confiança fez pagamentos de R$ 336.430.031,28 de janeiro de 1998 a fevereiro de 2003. No mesmo período, recebeu depósitos de R$ 395.111.059,03, incluindo neste volume os R$ 65,2 milhões da Assembléia Legislativa.
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