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04/09/2003
-
06h11
EDUARDO SCOLESE
da Agência Folha
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) interpretou a nomeação de Rolf Hackbart para o Incra como um sinal de que o Palácio do Planalto fará uma reforma agrária diferente da desejada pelo movimento.
Seus líderes avaliam, segundo a Agência Folha apurou, que a demissão de Marcelo Resende foi um ato de traição do governo.
Os principais líderes do MST tentaram manter Resende no cargo. Mas, em nota divulgada ontem, a direção nacional preferiu não polemizar com o Planalto.
A linha cautelosa do MST tem um motivo. O movimento aposta suas fichas na aprovação de um novo plano nacional de reforma agrária, que mexeria com a legislação agrária e indicaria uma meta de pelo menos 1 milhão de famílias assentadas até 2006.
Antes de ser nomeado, o geógrafo Resende, ligado à CPT (Comissão Pastoral da Terra), não era o nome dos sonhos do MST, mas ganhou força por ter contrariado certas posições do governo federal. Desde o início do ano, ocorreram divergências entre Resende e o ministro Miguel Rossetto.
Resende, por exemplo, cobrou diretamente o ministro do Desenvolvimento Agrário sobre a intenção do governo federal de estadualizar o ITR (Imposto Territorial Rural) em troca do apoio dos governadores. A arrecadação do ITR é usada na reforma agrária.
Em outro episódio, Resende demonstrou descontentamento pelo fato de o Planalto ter excluído da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias o item que fala sobre a emissão de TDAs (Títulos da Dívida Agrária), principal instrumento para desapropriar terras.
Para as lideranças do movimento, a nomeação de Hackbart significa que o ministro Rossetto terá o Incra sob o seu comando --com uma tendência de prioridade para a agricultura familiar e os programas de crédito fundiário.
O MST tentou evitar a nomeação de Hackbart. João Pedro Stedile chegou a lhe pedir que não assumisse. A discussão entre os dois teria sido a gota d'água de uma amizade que durava décadas.
MST reage com cautela, mas se considera traído
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da Agência Folha
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) interpretou a nomeação de Rolf Hackbart para o Incra como um sinal de que o Palácio do Planalto fará uma reforma agrária diferente da desejada pelo movimento.
Seus líderes avaliam, segundo a Agência Folha apurou, que a demissão de Marcelo Resende foi um ato de traição do governo.
Os principais líderes do MST tentaram manter Resende no cargo. Mas, em nota divulgada ontem, a direção nacional preferiu não polemizar com o Planalto.
A linha cautelosa do MST tem um motivo. O movimento aposta suas fichas na aprovação de um novo plano nacional de reforma agrária, que mexeria com a legislação agrária e indicaria uma meta de pelo menos 1 milhão de famílias assentadas até 2006.
Antes de ser nomeado, o geógrafo Resende, ligado à CPT (Comissão Pastoral da Terra), não era o nome dos sonhos do MST, mas ganhou força por ter contrariado certas posições do governo federal. Desde o início do ano, ocorreram divergências entre Resende e o ministro Miguel Rossetto.
Resende, por exemplo, cobrou diretamente o ministro do Desenvolvimento Agrário sobre a intenção do governo federal de estadualizar o ITR (Imposto Territorial Rural) em troca do apoio dos governadores. A arrecadação do ITR é usada na reforma agrária.
Em outro episódio, Resende demonstrou descontentamento pelo fato de o Planalto ter excluído da proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias o item que fala sobre a emissão de TDAs (Títulos da Dívida Agrária), principal instrumento para desapropriar terras.
Para as lideranças do movimento, a nomeação de Hackbart significa que o ministro Rossetto terá o Incra sob o seu comando --com uma tendência de prioridade para a agricultura familiar e os programas de crédito fundiário.
O MST tentou evitar a nomeação de Hackbart. João Pedro Stedile chegou a lhe pedir que não assumisse. A discussão entre os dois teria sido a gota d'água de uma amizade que durava décadas.
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