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05/09/2003
-
22h30
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
O delegado Luciano Inácio da Silva, do Grupo de Combate ao Crime Organizado, apontou hoje o ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 52, como o mandante do assassinato do empresário Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior, 39, ocorrido em Cuiabá (MT) em setembro de 2002.
Sávio Brandão era o dono do jornal "Folha do Estado". Nos meses que antecederam sua morte, seu jornal publicou reportagens sobre o crime organizado e, numa delas, Arcanjo é chamado de "Al Capone de Mato Grosso". Brandão foi morto com sete tiros de pistola 9 mm.
Segundo a polícia, o motivo do assassinato foram as reportagens contra a organização chefiada por Arcanjo, que é acusado de lavar dinheiro (pelo menos US$ 69,8 milhões), de ser o mandante de outros dois assassinatos, de comandar o crime organizado e de sonegar R$ 842 milhões da Receita Federal. Ele está preso desde abril em Montevidéu, no Uruguai, por uso de documento falso.
Em Mato Grosso foi condenado em julho passado a sete anos de prisão por porte ilegal de arma. O Ministério da Justiça negocia com o governo uruguaio a extradição de Arcanjo para o Brasil.
O assassinato de Brandão foi encomendado ao pistoleiro, segundo Silva, por "no mínimo" R$ 38 mil. Segundo ele, falta saber ainda o valor pago ao intermediário, ou seja, à pessoa que a pedido de Arcanjo contratou o assassino.
Em seu relatório, Silva afirma que o assassinato de Sávio Brandão envolve, além de Arcanjo, quatro pessoas do crime organizado:
1) o cabo da PM Hércules de Araújo Agostinho, 34, que acertou, segundo testes de balística, os sete tiros no empresário. Ele é acusado de outros cinco assassinatos (dois teriam sido encomendados também por Arcanjo). Preso um dia após a morte de Sávio Brandão, fugiu do presídio Pascoal Ramos em Cuiabá no dia 1º de maio passado. Superou cinco portões sem ser incomodado por carcereiros.
2) o ex-cabo da PM Célio Alves Barbosa, 38, também acusado de ser pistoleiro de Arcanjo, que, segundo o delegado, vigiou os passos de Sávio Brandão para dar informações a Hércules. Barbosa está preso em Pascoal Ramos.
3) o vigia Fernando Barbosa Belo, que, segundo a polícia, pilotou a moto para Hércules no dia do crime. Da garupa, o cabo da PM atirou dez vezes e acertou sete. Belo está foragido, provavelmente, na Itália.
4) o "cobrador de dívidas" João Leite, que está foragido e, segundo a polícia, contratou Hércules a pedido de Arcanjo para matar Sávio Brandão. Leite tinha comprovante de que pagou R$ 38 mil a Célio pelo assassinato do empresário.
Ligações com Arcanjo
Ao apontar hoje o mandante do crime, a polícia estabeleceu a ligação de Leite com Arcanjo. Além dos telefonemas para a VIP Factoring, que pertence a Arcanjo, Leite também ia à empresa frequentemente, afirmou o delegado Silva.
A polícia também se baseia em depoimento do presidiário Paulo César Mota. Então vizinho das celas de Hércules e Célio, ele diz ter ouvido os dois comentarem que Arcanjo mandou matar Sávio Brandão.
"A gota d'água [para o assassinato] foram as reportagens contra a usina", disse o delegado, referindo-se à notícia, publicada em maio de 2002. O jornal relatou a intenção de Arcanjo de construir uma hidrelétrica em terras indígenas. Por causa da reportagem, a Justiça proibiu o empreendimento.
Polícia aponta mandante do assassinato de empresário no MT
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da Agência Folha, em Campo Grande
O delegado Luciano Inácio da Silva, do Grupo de Combate ao Crime Organizado, apontou hoje o ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 52, como o mandante do assassinato do empresário Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior, 39, ocorrido em Cuiabá (MT) em setembro de 2002.
Sávio Brandão era o dono do jornal "Folha do Estado". Nos meses que antecederam sua morte, seu jornal publicou reportagens sobre o crime organizado e, numa delas, Arcanjo é chamado de "Al Capone de Mato Grosso". Brandão foi morto com sete tiros de pistola 9 mm.
Segundo a polícia, o motivo do assassinato foram as reportagens contra a organização chefiada por Arcanjo, que é acusado de lavar dinheiro (pelo menos US$ 69,8 milhões), de ser o mandante de outros dois assassinatos, de comandar o crime organizado e de sonegar R$ 842 milhões da Receita Federal. Ele está preso desde abril em Montevidéu, no Uruguai, por uso de documento falso.
Em Mato Grosso foi condenado em julho passado a sete anos de prisão por porte ilegal de arma. O Ministério da Justiça negocia com o governo uruguaio a extradição de Arcanjo para o Brasil.
O assassinato de Brandão foi encomendado ao pistoleiro, segundo Silva, por "no mínimo" R$ 38 mil. Segundo ele, falta saber ainda o valor pago ao intermediário, ou seja, à pessoa que a pedido de Arcanjo contratou o assassino.
Em seu relatório, Silva afirma que o assassinato de Sávio Brandão envolve, além de Arcanjo, quatro pessoas do crime organizado:
1) o cabo da PM Hércules de Araújo Agostinho, 34, que acertou, segundo testes de balística, os sete tiros no empresário. Ele é acusado de outros cinco assassinatos (dois teriam sido encomendados também por Arcanjo). Preso um dia após a morte de Sávio Brandão, fugiu do presídio Pascoal Ramos em Cuiabá no dia 1º de maio passado. Superou cinco portões sem ser incomodado por carcereiros.
2) o ex-cabo da PM Célio Alves Barbosa, 38, também acusado de ser pistoleiro de Arcanjo, que, segundo o delegado, vigiou os passos de Sávio Brandão para dar informações a Hércules. Barbosa está preso em Pascoal Ramos.
3) o vigia Fernando Barbosa Belo, que, segundo a polícia, pilotou a moto para Hércules no dia do crime. Da garupa, o cabo da PM atirou dez vezes e acertou sete. Belo está foragido, provavelmente, na Itália.
4) o "cobrador de dívidas" João Leite, que está foragido e, segundo a polícia, contratou Hércules a pedido de Arcanjo para matar Sávio Brandão. Leite tinha comprovante de que pagou R$ 38 mil a Célio pelo assassinato do empresário.
Ligações com Arcanjo
Ao apontar hoje o mandante do crime, a polícia estabeleceu a ligação de Leite com Arcanjo. Além dos telefonemas para a VIP Factoring, que pertence a Arcanjo, Leite também ia à empresa frequentemente, afirmou o delegado Silva.
A polícia também se baseia em depoimento do presidiário Paulo César Mota. Então vizinho das celas de Hércules e Célio, ele diz ter ouvido os dois comentarem que Arcanjo mandou matar Sávio Brandão.
"A gota d'água [para o assassinato] foram as reportagens contra a usina", disse o delegado, referindo-se à notícia, publicada em maio de 2002. O jornal relatou a intenção de Arcanjo de construir uma hidrelétrica em terras indígenas. Por causa da reportagem, a Justiça proibiu o empreendimento.
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