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02/10/2003 - 14h34

Melhora quadro social do Brasil, mas desigualdade cresce, mostra IDH

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SANDRA MANFRINI
da Folha Online, em Brasília

O Brasil conseguiu, na década de 90, apresentar uma grande melhora o seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), mas ao mesmo tempo houve um aumento da desigualdade na distribuição de renda.

Essa é uma das conclusões do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, divulgado hoje pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e Fundação João Pinheiro, que traz análise da evolução do IDH de 1991 a 2000.

De acordo com o documento, o IDH brasileiro subiu de 0,696 para 0,766, entre 1991 e 2000, numa escala que varia de zero a um. "Tem havido um progresso nos indicadores sociais do Brasil apesar do baixo crescimento da economia", afirmou o coordenador do Sistema Nações Unidas no Brasil, Carlos Lopes.

Essa melhora no IDH tem sido puxada, no entanto, pela educação, que foi o indicador que apresentou maior melhora nos últimos dez anos. O índice de desenvolvimento humano em educação no Brasil era de 0,745 em 1991 e subiu para 0,849 em 2000.

Euclides da Cunha, no sertão da Bahia, foi a cidade média brasileira que mais evoluiu em termos de desenvolvimento humano na última década. Seu índice pulou, segundo o Atlas de Desenvolvimento, de 0,453 para 0,596, um crescimento de 31,6% em nove anos. A cidade conseguiu esse avanço com a queda no índice de analfabetismo que passou de 56% para 37%. Outras 24 cidades nordestinas, com 50 mil a 500 mil habitantes, lideram o ranking de evolução do IDH.

Os municípios brasileiros médios que menos progressos registraram foram paulistas. De acordo com o documento, grande parte dessas cidades que ficaram como IDH estável está situada na região metropolitana de São Paulo, como Embu e Francisco Morato.

"Em ambos os casos, o principal problema foi um retrocesso na dimensão renda: na média, cada morador dessas cidades vivia em 2000 com 5% a 7% menos dinheiro do que em 1991", diz o documento divulgado hoje.

Desigualdade

A desigualdade de renda no Brasil aumentou na última década e esse crescimento foi sentido em dois de cada três municípios brasileiros. O índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, varia de zero a um, sendo que próximo a um indica maior desigualdade. O índice médio do Brasil subiu de 0,53 para 0,56. Segundo Carlos Lopes, é preciso "compassar o Brasil", ou seja, fazer com que o IDH melhore, mas com redução da desigualdade de renda.

De acordo com ele, o Brasil ocupa a sexta posição entre os países com pior distribuição de renda, sendo superado apenas por países mais pobres.

Na década de 90, em 23 Estados houve piora no índice de desigualdade de renda. As exceções foram Roraima, onde o índice caiu de 0,65 para 0,62, e Rondônia, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, onde a medida ficou estável.

O Estado mais desigual do Brasil passou a ser Alagoas, cujo índice de Gini subiu de 0,63 para 0,69 e o menos desigual é Santa Catarina, com índice de 0,56.

Leia mais
  • Distribuição de renda piora em dois terços dos municípios brasileiros
  • São Paulo cai para terceiro lugar no ranking do IDH por Estados

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