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20/10/2003 - 16h53

Benedita vira coadjuvante durante lançamento do Bolsa-Família

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RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

A ministra da Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva, foi tratada como coadjuvante durante a solenidade de lançamento do cartão Bolsa-Família.

Antes da cerimônia, ela e os demais ministros foram cumprimentados pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ministra, cuja pasta trata justamente de programas sociais, como o Bolsa-Família, não ficou ao lado do presidente. Ficaram ao lado de Lula a primeira dama, Marisa Letícia, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, e a coordenadora do programa, Ana Fonseca.

Benedita ficou no local reservado aos outros ministros, permanecendo calada e de cara fechada durante toda a solenidade. Lula somente tocou no nome dela no início do discurso, quando citou os ministros presentes. Enquanto acontecia o evento, ela olhou diversas para o relógio. Ao final, saiu às pressas e não quis falar com os jornalistas.

Viagem

A ministra viajou à Argentina no último dia 25 de setembro para assistir a um encontro de grupos evangélicos em Buenos Aires. Na véspera, a assessoria de Benedita enviou um fax a autoridades daquele país para solicitar uma reunião de trabalho.

Ela se hospedou em um dos hotéis mais elegantes, com diárias que variam de US$ 350 a US$ 1.030 dependendo do quarto. A viagem foi custeada pelo governo brasileiro.

Na noite da última sexta-feira (17), após sofrer críticas de vários setores do governo, do presidente do PT, José Genoino e do parecer da Comissão de Ética do governo recomendando a devolução do dinheiro, Benedita anunciou que depositaria o valor em juízo.

Vaias

Ontem à tarde, durante show do cantor e compositor Paulinho da Viola, a ministra foi cumprimentada com frieza por Lula. Benedita ainda foi vaiada e teve que ouvir pessoas da platéia gritando para que ela devolvesse o dinheiro. "Ô Benedita, devolve o dinheiro", gritaram algumas pessoas do público.

Entre os colegas de governo, o sentimento, pelo menos oficialmente, é de que o episódio está superado. O ministro do Planejamento, Guido Mantega, declarou que a imprensa fez "tempestade em copo d'água" sobre o caso.

"Fizeram uma tempestade em um copo d'água. É uma pequena coisa. Agora ela vai fazer o pagamento e depois vai discutir se tem razão ou não. Com isso não haverá prejuízo para ninguém. Ela vai solucionar isso e isso não embaça de jeito nenhum o desempenho que ela tem tido. É um caso superado", disse Mantega.

Já o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, preferiu não entrar no mérito da questão. "Sobre colegas ministros eu só tenho palavras de apoio e de companheirismo. Não me cabe fazer nenhuma avaliação sobre atividades, decisões e procedimentos de nenhum dos ministros", afirmou Palocci dizendo ainda que respeita a decisão da ministra de depositar o dinheiro em juízo.

Ao declarar que só Lula e o povo podem julgar os ministros, Palocci brincou: "Quem sou eu para julgar um ministro. Só o povo e o presidente podem julgar os ministros. Eu vou é cuidar do meu julgamento também que não sei se está bom".
 

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