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04/11/2003
-
21h49
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu hoje de madrugada em Várzea Grande (MT, 25 km de Cuiabá) uma fazenda do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 52, que está preso no Uruguai e é acusado de comandar o crime organizado em Mato Grosso.
Segundo a Polícia Militar, 800 sem-terra ligados ao MST invadiram a fazenda São João, que está entre os bens de Arcanjo tornados indisponíveis pela Justiça Federal. O MST informou que 2.600 sem-terra participaram da invasão.
Arcanjo está preso desde abril por uso de documento falso em Montevidéu (Uruguai). No Brasil, ele é acusado, entre outros crimes, de sonegar R$ 842 milhões da Receita Federal e de lavar dinheiro obtido com ajuda de corrupção em órgãos públicos.
Dez policiais militares foram até a fazenda após o MST informar que havia uma "milícia armada" na propriedade. A PM informou à Agência Folha que não encontrou pessoas armadas no local.
A coordenadora estadual do MST Itelvina Masioli disse que a fazenda deveria ser desapropriada pelo governo federal porque "Arcanjo liderava o crime organizado no Estado".
Hoje à tarde estava marcada uma reunião do juiz federal Julier Sebastião da Silva com representantes do MST. Silva tornou indisponíveis os bens do ex-policial civil.
A reportagem não localizou os procuradores de Arcanjo em Cuiabá (MT), mas apurou que a fazenda invadida é usada para piscicultura e teria capacidade para produzir 2.500 toneladas de peixes.
Invasão em MS
Em Dois Irmãos do Buriti (MS, 98 km de Campo Grande), cerca de 250 trabalhadores rurais ligados ao MST invadiram às 8h de ontem o prédio do Idaterra (Instituto de Desenvolvimento Agrário, Assistência Técnica e Extensão Rural), órgão do governo do Estado.
Há dois meses o grupo foi assentado pelo governo estadual. Segundo o coordenador do MST Olímpio Frares, as famílias pedem que o Idaterra encaminhe ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) processo de reconhecimento da área como assentamento, o que resultaria na liberação de crédito agrícola.
As famílias também querem doação de alimentos, benefício cortado pelo governo do Estado assim que o acampamento passou a ser assentamento. Até o final da tarde, um dos coordenadores do Idaterra negociava a desocupação do prédio.
MST invade fazenda de Arcanjo
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da Agência Folha, em Campo Grande
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiu hoje de madrugada em Várzea Grande (MT, 25 km de Cuiabá) uma fazenda do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 52, que está preso no Uruguai e é acusado de comandar o crime organizado em Mato Grosso.
Segundo a Polícia Militar, 800 sem-terra ligados ao MST invadiram a fazenda São João, que está entre os bens de Arcanjo tornados indisponíveis pela Justiça Federal. O MST informou que 2.600 sem-terra participaram da invasão.
Arcanjo está preso desde abril por uso de documento falso em Montevidéu (Uruguai). No Brasil, ele é acusado, entre outros crimes, de sonegar R$ 842 milhões da Receita Federal e de lavar dinheiro obtido com ajuda de corrupção em órgãos públicos.
Dez policiais militares foram até a fazenda após o MST informar que havia uma "milícia armada" na propriedade. A PM informou à Agência Folha que não encontrou pessoas armadas no local.
A coordenadora estadual do MST Itelvina Masioli disse que a fazenda deveria ser desapropriada pelo governo federal porque "Arcanjo liderava o crime organizado no Estado".
Hoje à tarde estava marcada uma reunião do juiz federal Julier Sebastião da Silva com representantes do MST. Silva tornou indisponíveis os bens do ex-policial civil.
A reportagem não localizou os procuradores de Arcanjo em Cuiabá (MT), mas apurou que a fazenda invadida é usada para piscicultura e teria capacidade para produzir 2.500 toneladas de peixes.
Invasão em MS
Em Dois Irmãos do Buriti (MS, 98 km de Campo Grande), cerca de 250 trabalhadores rurais ligados ao MST invadiram às 8h de ontem o prédio do Idaterra (Instituto de Desenvolvimento Agrário, Assistência Técnica e Extensão Rural), órgão do governo do Estado.
Há dois meses o grupo foi assentado pelo governo estadual. Segundo o coordenador do MST Olímpio Frares, as famílias pedem que o Idaterra encaminhe ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) processo de reconhecimento da área como assentamento, o que resultaria na liberação de crédito agrícola.
As famílias também querem doação de alimentos, benefício cortado pelo governo do Estado assim que o acampamento passou a ser assentamento. Até o final da tarde, um dos coordenadores do Idaterra negociava a desocupação do prédio.
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