Parentes ganham bilhetes de membros do Conselho de Ética da Câmara

Um terço dos integrantes do Conselho de Ética da Câmara, órgão responsável por julgar eventual quebra de decoro dos deputados, emitiu pelo menos 35 passagens para o exterior em seus próprios nomes ou no de terceiros, incluindo parentes, amigos e funcionários, informa reportagem de Leonardo Souza e Adriano Ceolin, publicada nesta segunda-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).

Segundo a reportagem, todos os destinos são cidades que recebem grande fluxo de turistas anualmente: Londres, Paris, Milão, Miami e Buenos Aires.

A Folha informa que os dados constam dos registros de companhias áreas. Além de cinco titulares do conselho --Dagoberto Nogueira (PDT-MS), Moreira Mendes (PPS-RO), Ruy Pauletti (PSDB-RS), Nazareno Fonteles (PT-PI) e Waldir Maranhão (PP-MA)--, os suplentes Marcelo Melo (PMDB-GO) e Fernando Coruja (PPS-SC), líder de seu partido na Câmara, financiaram mais 19 viagens para fora do país com dinheiro da Casa. Ou seja, foram no mínimo 54 bilhetes da cota área dos sete congressistas.

Outro lado

Mendes confirmou à reportagem que usou sua cota de passagem para levar a mulher e o filho a Miami em 2007. Ele, entretanto, negou-se a contar o motivo da viagem e questionou a origem da informação.

Fonteles negou ter pedido passagens aéreas para o exterior e não reconheceu os nomes das cinco pessoas que aparecem como beneficiárias de sua cota pessoal.

Coruja também negou ter autorizado a emissão de passagens aéreas para quatro pessoas viajarem para Miami (EUA). 'Não conheço esses nomes, mas vou querer uma investigação', afirmou o parlamentar. Reconheceu, no entanto, o uso de bilhetes da Câmara para viagens de amigos e familiares a Buenos Aires e Paris, em 2007. 'Aproveitei os créditos que tinha.'

Além de ter cedido parte de sua cota para a filha e para a mulher irem para o exterior, Nogueira autorizou a emissão de bilhetes para o chefe de gabinete dele, Sérgio Vieira, e a mulher, Sandra Vieira, visitarem Milão (Itália). "Mas eu não cometi nenhuma ilegalidade, já que era permitido", disse.

A Folha não localizou Maranhão, Melo e Pauletti.

Leia a reportagem completa na Folha desta segunda-feira, que já está nas bancas.

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