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14/11/2003 - 21h55

Empresa de Arcanjo pagava contas da Assembléia de MT, diz deputado

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

A Confiança Factoring, empresa do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 52, usada em esquema de lavagem de dinheiro, pagava as contas da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, segundo nota do deputado José Geraldo Riva (PTB), presidente da casa.

Riva divulgou a informação hoje para contestar decisão da Justiça Federal que mandou ele e o deputado Humberto Bosaipo (sem partido), ex-presidente da Assembléia, devolverem R$ 15,4 milhões à factoring.

Essa quantia corresponde a 22 notas promissórias assinadas pelos dois deputados e apreendidas na empresa de Arcanjo em dezembro passado. Preso desde abril no Uruguai por uso de documento falso e acusado no Brasil de liderar o crime organizado, Arcanjo está com os bens indisponíveis por decisão judicial.

Anteontem, a Justiça Federal decidiu que os deputados devem quitar as promissórias porque a quantia de R$ 15,4 milhões faz parte do patrimônio de Arcanjo tornado indisponível.

Segundo Riva, as notas promissórias não correspondem a empréstimos tomados por ele e Bosaipo. Os dois teriam assinado as notas "como garantia" para que a Confiança Factoring pagasse fornecedores e prestadores de serviços da Assembléia Legislativa.

Ainda segundo Riva, a operação foi realizada "atendendo a um forte apelo de fornecedores e/ou prestadores de serviços do Poder Legislativo que possuíam crédito com a Assembléia, que não se encontrava em condições financeiras de quita-los".

Em outra operação registrada pelo Banco Central, Riva e Bosaipo autorizaram de 1998 a 2002 o repasse de R$ 65,2 milhões da Assembléia Legislativa para a Confiança Factoring.

Perseguição

Dois oficiais da Justiça Federal tentavam notificar hoje até as 18h40 (horário de Brasília) Riva sobre a decisão que manda ele e Bosaipo devolverem, no prazo de 24 horas, R$ 15,4 milhões. Se houver desobediência, os bens de ambos ficam indisponíveis. O juiz Sebastião Julier da Silva disse que Riva evitou os oficiais e houve até perseguição no trânsito.

Pela manhã, os oficiais foram ao gabinete do governador Blairo Maggi (PPS-MT). Acabaram impedidos de entrar por seguranças. Silva determinou à PF (Polícia Federal) instauração de inquérito contra os seguranças do governo por obstrução da Justiça.

Após sair do gabinete de Maggi, Riva teria ido para uma chácara. Os oficiais pediram apoio da PF para entrar na propriedade. Novamente, o deputado driblou os oficiais e houve outra perseguição no trânsito.

A assessoria de Riva informou às 17h (horário de Brasília) que o deputado viajou para o interior e não poderia falar com a reportagem. Bosaipo está há quatro meses de licença e não foi localizado.

Segundo a assessoria de Maggi, os oficiais de Justiça queriam entrar na sala do governador, que se reunia com sete deputados estaduais e sindicalistas. A assessoria informou que Riva deveria ser notificado na Assembléia, e não no gabinete de Maggi.
 

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