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20/11/2003 - 22h02

PF retira 250 índios de fazenda em MS

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

Por ordem da Justiça Federal, pelo menos cem policiais federais retiraram hoje 250 índios terenas da fazenda Furnas da Estrela, em Dois Irmãos do Buriti (98 km de Campo Grande).

No início da operação, por volta de 8h30, os policiais atiraram para o alto dentro de uma aldeia assustando mulheres e crianças, segundo o cacique Ageu Reginaldo, 40. A propriedade foi invadida em junho deste ano.

O cacique Ageu disse à Agência Folha que os policiais federais destruíram 50 hectares de milho, arroz e mandioca plantados pelos índios na fazenda. A PF (Polícia Federal), ainda segundo o líder dos terenas, queimou o acampamento montado na propriedade.

A assessoria da PF admitiu que houve os disparos para o alto dentro da aldeia localizada a 15 km da fazenda invadida, mas ponderou que o procedimento é normalmente feito pela tropa de choque para intimidar e evitar reação. A PF nega que tenha destruído a lavoura ou queimado o acampamento.

O grupo de choque da PF em Brasília participou da operação. Os policiais utilizaram "capacetes, coletes à prova de balas e munições dissuasórias antimotim de efeito moral". Um avião bimotor sobrevoou a área para fazer reconhecimento, enquanto uma ambulância do Corpo de Bombeiros ficou à disposição para socorrer feridos.

A operação foi realizada de surpresa porque a PF temia a reação de 3.000 índios que vivem em aldeias da região. Eles reivindicam a demarcação de 17 mil hectares que consideram terra indígena. Nessa área estão pelo menos 14 fazendas. Nove delas permanecem invadidas, segundo o MNP (Movimento Nacional dos Produtores).

Desarmamento

Em Mato Grosso, a PF iniciou ontem a apreensão de armas entre posseiros e índios xavantes que estão na iminência de confronto em Alto Boa Vista (1.064 km de Cuiabá).

Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), na semana passada os posseiros colocaram fogo em uma ponte de madeira na BR-158 para evitar a passagem de 200 índios. Os xavantes seguiam em direção a uma área de 176 mil hectares que afirmam ser terra indígena chamada de Marãwtsed e invadida, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), pelos posseiros. Parcialmente queimada a ponte separa o grupo de posseiros e os índios.
 

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