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20/11/2003
-
22h18
JOSÉ MASCHIO
da Agência Folha, em Londrina
A Polícia Civil de Campo Mourão (oeste do PR) abriu inquérito hoje para apurar agressões sofridas por quatro trabalhadores e dois jornalistas na fazenda Baronesa das Candeias, em Luiziania (centro-oeste do PR) anteontem. As agressões teriam sido cometidas por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A fazenda Baronesa das Candeias, de 576 hectares, está invadida por famílias sem-terra desde 28 de abril último. Ontem, o arrendatário Valdomiro Bognar, que conseguiu reintegração de posse na Justiça, enviou uma grupo de quatro tratoristas para efetuar o plantio de soja. Cerca de 200 sem-terra, para impedir o plantio, agrediram os quatro funcionários de Bognar, o repórter do jornal "Gazeta do Povo" Dilmércio Daleffe, 32, e o cinegrafista da TV Carajás (afiliada da Rede TV) Richard Rogers.
Segundo Dilmércio Daleffe, os sem-terra quebraram sua máquina fotográfica digital e tomaram os disquetes com as fotos. O repórter Sid Sauer, do sítio Boca Santa, também teve os disquetes de sua máquina expropriados pelos sem-terra. O repórter-fotográfico Hermes Hildebrand, 21, do jornal "Tribuna do Interior", de Campo Mourão, foi o único profissional a conseguir registrar os incidentes sem ter seu equipamento confiscado.
Daleffe disse que os jornalistas estavam no local, "como testemunhas" a pedido do arrendatário da área. "Eles nem conversaram, chegaram agredindo os funcionários do Bognar e a mim, que estava fotografando", disse Daleffe.
Daleffe disse que fez exames de lesões corporais e que ingressou com processo criminal conta o líder sem-terra Paulo Sérgio de Souza, "que foi quem comandou as agressões".
A Coordenação Estadual do MST no Paraná divulgou nota lamentando o incidente. Segundo a nota do MST, a agressão não é uma conduta do movimento. O MST lembrou ainda que a situação é tensa em Luiziania e que Souza, tem recebido ameaças constantes de morte.
Paulo Sérgio de Souza, não localizado hoje pela Agência Folha, é um dos oito sem-terra que estariam ameaçados de morte na região. A denúncia da existência de uma lista de integrantes do MST "marcados para morrer" foi feita pelo secretário do Trabalho e Ação Social do Paraná, padre Roque Zimermann.
Polícia abre inquérito para apurar agressão a jornalistas pelo MST
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da Agência Folha, em Londrina
A Polícia Civil de Campo Mourão (oeste do PR) abriu inquérito hoje para apurar agressões sofridas por quatro trabalhadores e dois jornalistas na fazenda Baronesa das Candeias, em Luiziania (centro-oeste do PR) anteontem. As agressões teriam sido cometidas por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A fazenda Baronesa das Candeias, de 576 hectares, está invadida por famílias sem-terra desde 28 de abril último. Ontem, o arrendatário Valdomiro Bognar, que conseguiu reintegração de posse na Justiça, enviou uma grupo de quatro tratoristas para efetuar o plantio de soja. Cerca de 200 sem-terra, para impedir o plantio, agrediram os quatro funcionários de Bognar, o repórter do jornal "Gazeta do Povo" Dilmércio Daleffe, 32, e o cinegrafista da TV Carajás (afiliada da Rede TV) Richard Rogers.
Segundo Dilmércio Daleffe, os sem-terra quebraram sua máquina fotográfica digital e tomaram os disquetes com as fotos. O repórter Sid Sauer, do sítio Boca Santa, também teve os disquetes de sua máquina expropriados pelos sem-terra. O repórter-fotográfico Hermes Hildebrand, 21, do jornal "Tribuna do Interior", de Campo Mourão, foi o único profissional a conseguir registrar os incidentes sem ter seu equipamento confiscado.
Daleffe disse que os jornalistas estavam no local, "como testemunhas" a pedido do arrendatário da área. "Eles nem conversaram, chegaram agredindo os funcionários do Bognar e a mim, que estava fotografando", disse Daleffe.
Daleffe disse que fez exames de lesões corporais e que ingressou com processo criminal conta o líder sem-terra Paulo Sérgio de Souza, "que foi quem comandou as agressões".
A Coordenação Estadual do MST no Paraná divulgou nota lamentando o incidente. Segundo a nota do MST, a agressão não é uma conduta do movimento. O MST lembrou ainda que a situação é tensa em Luiziania e que Souza, tem recebido ameaças constantes de morte.
Paulo Sérgio de Souza, não localizado hoje pela Agência Folha, é um dos oito sem-terra que estariam ameaçados de morte na região. A denúncia da existência de uma lista de integrantes do MST "marcados para morrer" foi feita pelo secretário do Trabalho e Ação Social do Paraná, padre Roque Zimermann.
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