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10/12/2003 - 08h47

Alencar não obtém acordo sobre disputa entre índios e posseiros

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá

O presidente interino da República, José Alencar, apontou a ausência de índios xavantes como a principal causa do fracasso da reunião comandada por ele ontem em Cuiabá (MT) para resolver uma disputa entre índios e posseiros no Estado. "Acredito que, se eles [os índios] estivessem aqui, nós teríamos um resultado promissor", afirmou Alencar.

A reunião durou seis horas e não resultou em um acordo para impedir o que Alencar chamou de "iminente conflito" entre 300 índios xavantes e 3.000 posseiros em Alto Boa Vista (a 1.064 km de Cuiabá). Os grupos disputam uma área de 176 mil hectares desde 11 de novembro, quando 200 índios tentaram entrar no local.

"Uma coisa me deixou triste porque a minha primeira recomendação era que os xavantes fossem convidados para participar", afirmou Alencar. Ele disse que o presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Mércio Gomes, o avisou, antes da reunião, da ausência dos índios. Gomes não participou da entrevista que Alencar deu após a reunião. A Agência Folha o procurou. Primeiro foi informada que o presidente da Funai estava almoçando; depois, que tinha ido embora.

Pelo menos 11 posseiros foram ao encontro. Dois índios, que foram à sede do governo de Mato Grosso, onde ocorria a reunião, foram impedidos de participar. Alencar disse que não sabia que dois índios foram barrados.

O governo do Estado afirmou que Ivan Xavante, 24, e Luiz Tserewawe, 43, não vivem na área do conflito e que por isso não foram autorizados a participar da reunião com o presidente interino. Luiz afirmou à Agência Folha que seus pais nasceram na terra onde ocorre a disputa. Ivan disse que 12 mil xavantes, incluindo os de outras aldeias dessa etnia, podem ser mobilizados para entrar em confronto armado com os posseiros.
 

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