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10/12/2003
-
23h00
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Cuiabá
As paredes da igreja católica de Alto Boa Vista (1.064 km de Cuiabá), em Mato Grosso, amanheceram pichadas hoje. Os pichadores escreveram que o bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), dom Pedro Casaldáliga, 75, é "padre espião, traidor contra o povo e o Brasil". No município ocorre um conflito entre índios xavantes e posseiros de terra.
Conhecido por mobilizar desde 1971 a Igreja Católica a favor dos índios, d. Pedro disse à Agência Folha que tem recebido informações sobre ameaças de morte contra ele. Por enquanto, nenhuma foi feita pessoalmente. O assassinato teria sido encomendado por R$ 60 mil, segundo a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT).
"Há um grupo que incentiva os ocupantes das terras dos xavantes e sabe que temos sido sempre a favor dos índios", afirmou d. Pedro.
O bispo renunciou ao cargo em fevereiro deste ano, mas ainda aguarda que o Vaticano indique um substituto. A pichação ainda dizia: "Chega de mentiras. Agora a gente quer um padre de verdade. Fora Pedro".
O conflito em Alto Boa Vista começou no dia 11, quando 300 xavantes tentaram entrar na área registrada em cartório desde 1998 pela União como terra indígena. No local estão 1.400 posseiros. Os dois grupos ficaram um de frente para o outro, separados por uma ponte de madeira na BR-158.
A cidade de São Félix do Araguaia, onde mora d. Pedro, é vizinha de Alto Boa Vista.
A freira Cacilda dos Santos, 67, disse que a Polícia Civil foi informada sobre a pichação na igreja. Ainda não há pistas sobre os pichadores, informou a polícia.
Na terça-feira, o presidente interino da República, José Alencar (PL), negociou em Cuiabá (MT) com posseiros e o presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Mércio Gomes, uma solução para conflito.
Não houve acordo. Alencar reclamou que a Funai não trouxe os xavantes para o encontro, o que dificultou, segundo ele, um entendimento.
O prefeito de Alto Boa Vista, Mário Cezar Barboza (PL), disse ontem que "coloca o cargo à disposição" se ficar comprovado que a terra é dos índios.
Igreja de padre defensor dos índios é pichada no MT
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da Agência Folha, em Cuiabá
As paredes da igreja católica de Alto Boa Vista (1.064 km de Cuiabá), em Mato Grosso, amanheceram pichadas hoje. Os pichadores escreveram que o bispo da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT), dom Pedro Casaldáliga, 75, é "padre espião, traidor contra o povo e o Brasil". No município ocorre um conflito entre índios xavantes e posseiros de terra.
Conhecido por mobilizar desde 1971 a Igreja Católica a favor dos índios, d. Pedro disse à Agência Folha que tem recebido informações sobre ameaças de morte contra ele. Por enquanto, nenhuma foi feita pessoalmente. O assassinato teria sido encomendado por R$ 60 mil, segundo a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT).
"Há um grupo que incentiva os ocupantes das terras dos xavantes e sabe que temos sido sempre a favor dos índios", afirmou d. Pedro.
O bispo renunciou ao cargo em fevereiro deste ano, mas ainda aguarda que o Vaticano indique um substituto. A pichação ainda dizia: "Chega de mentiras. Agora a gente quer um padre de verdade. Fora Pedro".
O conflito em Alto Boa Vista começou no dia 11, quando 300 xavantes tentaram entrar na área registrada em cartório desde 1998 pela União como terra indígena. No local estão 1.400 posseiros. Os dois grupos ficaram um de frente para o outro, separados por uma ponte de madeira na BR-158.
A cidade de São Félix do Araguaia, onde mora d. Pedro, é vizinha de Alto Boa Vista.
A freira Cacilda dos Santos, 67, disse que a Polícia Civil foi informada sobre a pichação na igreja. Ainda não há pistas sobre os pichadores, informou a polícia.
Na terça-feira, o presidente interino da República, José Alencar (PL), negociou em Cuiabá (MT) com posseiros e o presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Mércio Gomes, uma solução para conflito.
Não houve acordo. Alencar reclamou que a Funai não trouxe os xavantes para o encontro, o que dificultou, segundo ele, um entendimento.
O prefeito de Alto Boa Vista, Mário Cezar Barboza (PL), disse ontem que "coloca o cargo à disposição" se ficar comprovado que a terra é dos índios.
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